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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Chuva de pedras (crônica)


Quanto criança, entre nove e onze anos, meu pai adoeceu, tinha um problema no coração que na época eu não sabia e não entendia o que era, ele tinha o "mal de chagas" causado pelo "barbeiro".

Por este motivo, minha mãe e meu pai viajavam muito em busca de uma cura. E nestas andanças, eu e meus três irmãos ficávamos aos cuidados de minha tia que na época morava com seu esposo e nossa prima, na casa ao lado, no sítio onde vivíamos.

Como eu e minha prima éramos mais ou menos da mesma idade, ou de idades próximas, pois ela é mais nova e gosta de deixar bem claro isso, assim são as mulheres não é? Brincávamos sempre juntos. 

Certa feita e muitas outras feitas depois, aconteceu de meu irmão mais velho implicar com a gente e caçar briga, ele se sentia o rei do galinheiro na ausência de meus pais, e minha tia dava certa corda pra ele, por ele ser o mais velho, mesmo sendo um pouco "descabeceado", disto minha tia nem desconfiava, pois muitas vezes ele colocava eu e minha prima e irmãos em cada fria, e dava muito trabalho para nosso anjo da guarda.

Meu irmão vinha pra cima de mim, e eu sempre maludinho, quem me conhece hoje nem acredita nisso, revidava, se ele me chutava eu chutava, se ele me dava varadas eu dava varadas nele também, mas certo dia e isto se repetiu outras vezes, minha tia foi para a cidade para fazer compras e ficamos só os pentelhos, e eu e minha prima nos envolvemos numa briga com meu irmão, e eu não dando conta do recado sai correndo mais minha prima para o quintal e ele atrás. 

Eu gelava cada vez que ele quase me pegava e eu e minha prima com nossas canelas finas corríamos feito seriema quando corre do caçador, quase chegávamos a voar. A saída era nos escondermos e só sairmos do esconderijo quando a poeira abaixasse ou minha tia chegasse. 

Fomos para o lampiezal que ficava ao fundo, que meu pai usava para alimentar uma vaquinha leiteira que tínhamos no sítio e nos escondemos. Meu irmão procurou por horas e começou a gritar, que se não saíssemos de lá íamos nos arrepender, e nós, quietinhos riamos mesmo temendo o que ele poderia fazer conosco, bravo que estava. 

E não é que de repente começo a chover pedras do céu. Meu irmão num ataque de loucura começou a atirar pedra em nossa direção, e não era pedrinha não, se uma delas caísse em nossas cabeças fariam um belo estrago. 

Deu para ver o quanto meu irmão era responsável não é? Por mais ou menos uns vinte minutos choveu pedras redondas, quadradas, brancas, marrons, de tamanhos e cores variados. Se não fosse essa plantação de lampiê eu e minha prima tínhamos ido parar no hospital. 

Depois meu irmão se cansou. 

Viu que não saiamos do lugar e que não conseguia nos acertar e voltou para casa. Eu e minha prima só demos sinal de vida quando escutamos o barulho do ônibus e vimos minha tia chegar.

E vocês acham que contamos algo para ela? Até agora não tinha contado, vai que apanhávamos duas vezes.

By Adalmir Oliveira Campos 
adalmir-campos.blogspot.com.br

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