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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Pai rico, filhos e coisa pública. (para refletir)

(foto ilustrativa retirada da internet)

Todos os dias ao ir para o trabalho, me deparo com um pai e suas filhas no ponto de ônibus à beira da rodovia esperando o transporte público, o qual, passa de ponto em ponto, de fazenda em fazenda para buscar e levar à escola mais próxima, esta filha, e demais crianças e adolescentes.

Uma escola simples, de zona rural, municipal.

É notório que este pai, o qual coloquei em destaque, é possuidor de grandes posses, pois assim, é conhecido na região. Não sei eu, quais os seus propósitos, o que se passa em seu pensar e no pensar de sua esposa em relação à educação de suas filhas.

Hoje, debaixo de um chuva torrencial, não pude deixar de perceber, lá estava ele e suas filhas, numa bela e esplendida camionete da moda, a esperarem pelo ônibus público, para irem à escola pública. 

Como não ser forçado a pensar diante de tal situação?

Por que este pai não leva e busca as filhas todos os dias, o que, fazem muitos figurões lá da cidade? Em comparação em distancia, equivaleria a poucas quadras em linha reta. E por que não as colocou em uma escola particular? Condições, é sabido, ele tem de sobra. Seria avareza? Seria economizar o máximo que pode, para permanecer mais rico a cada dia? Teria ele vivido uma infância difícil, e assim, tem se colocado como exemplo, a mostrar às filhas que quando há esforço e luta, mesmo em meio a transportes públicos de má qualidade, mesmo em escolas públicas, com profissionais tão criticados, se pode vencer na vida, levando-as a darem real valor ao que conseguiu adquirir com tamanho "sacrifício"? Acreditaria ele realmente nesta educação rural dada à suas filhas? Faria esta mesma escola, esforços para atender esta demanda e ideologias?

É difícil saber o que se passa na cabeça deste homem, de sua esposa, de suas filhas. Mas como pai, acredito que sonha o melhor para suas filhas, e que não há egoísmo ou avareza em seus atos, e sim um doce modo de dizer às suas filhas que, não é o que temos que nos torna melhores do que os outros, e nem é está a intenção, é o que somos, o que fazemos, como agimos, que nos iguala enquanto seres humanos, e na convivência, é nas coisas simples da vida, é na inocência e simplicidade que alcançamos a verdadeira felicidade, a qual, é superficial, quando forjada sobre aqueles que não tiveram melhores oportunidades na vida.

O vergonhoso, acredito, pense o pai, e com tal exemplo ensina as filhas: "Não é andar em um ônibus público, ou estudar em uma escola de zona rural e ainda por cima pública também, e sim, desmerecer aos outros, e na arrogância maltratar, mal dizer, mal querer, mal caráter, desamor, por aqueles que só são diferentes por que algum sem noção e sem respeito, conseguiu a triste façanha de qualificar e classificar pessoas por classes, de acordo com bens e posses, sem pesar o humano, o divino, o bom caráter, a polidez, a respeitabilidade e a honradez, que moeda alguma é capaz de fazer acarretar à uma pessoa, o que só é possível com coerência entre fala e ação de cada ser.

By Adalmir Oliveira Campos​
adalmir-campos.blogspot.com.br

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