É preciso pensarmos no tipo de educação que nós, enquanto Família, Estado e Educação/ Escola, estamos proporcionando aos nossos filhos, e demais "alunados", sejam eles crianças, adolescentes, jovens ou adultos. É curioso, pois fala-se tanto em evolução, em tecnologias, em globalização, e em etcetarização, e na prática, o que se vê em nossas crianças, jovens e adultos, não reflete esta "evolução toda".
Evoluir, capitalmente (capitalismente) falando, tem sido uma busca incessante por investimentos numa educação "mecânica", que visa somente a produção de mão de obra (barata), e poder de venda e compra, compra e venda, que sustente uma filosofia do vir a ser, através do ter, do status, do poder, em um círculo vicioso onde o que realmente importa, é produzir, ganhar, lucrar e gastar, e lucrar, e assim sucessivamente, o que tem gerado um esvaziamento do sentido real do humano, de seu real significado, de seus propósitos, do seu agir no mundo na busca de um melhor viver, que jamais poderá se sustentar sem o vir a ser, no desabrochar do humano que há dentro de cada ser embrutecido e animalizado por estes mesmos sistemas esgotantes que buscam apenas sustentar e manter este "Status Quo", fazendo prevalecer os ganhos às minorias, e as perdas à maioria.
Que educação é está que recebem desde pequenos no lar, na escola, em sociedade, que nem ao menos ensina como andar nas ruas, como se portar educadamente em público, como cuidar e zelar pelo que é de comum e coletivo, bem como aos bens públicos? Que educação é está, que não ensina o respeito aos mestres, às autoridades instituídas, à valorização do conhecimento, da escola, do viver comunitário, e sentidos humanitários? Que educação é está que já não ensina o respeito aos mais "velhos", às coisas simples da vida, como o simples ato de cultivar o respeito e as amizades, a busca do polimento do caráter, o zelo pelo bom nome, pela honradez, pela prática da verdade, da confiança e respeito ao que pertence ao outro? Que educação é esta (...)?.
Como confiar na educação de uma família que confia a educação de seus filhos somente à escola, e na educação de uma escola, onde os próprios diretores, professores, governantes, líderes religiosos não confiam o cuidado a seus próprios filhos, ficando estes ao legado das escolas particulares?
É preciso pensar.
Que educação é essa, a real e não ideal, que pintam como ideal, mas não é real? Tem maior mérito em uma educação de qualidade o filho de um senador, o filho de um juiz, o filho de um delegado, ao ponto de criarem escolas para estes, particulares, ditas "superiores", e as públicas para os demais, ditas inferiores, buscando assim, manter este sistema de "castas", tão injusto e obsoleto?
Ou a educação pública serve a todos, ou ela não serve a ninguém. Cabe a reflexão, seriam realmente superiores a educação privada em se comparando à pública? Ou não seria, a mesma "cousa" em roupagens diferentes, só que, a primeira com um suporte maior daquele que paga, a cobrar da escola, e do próprio aluno, o resultado que corresponda ao dinheiro investido? A se pensar por este lado, seria a escola pública realmente gratuita? Não estariam os pais falhando em não cobrar por resultados, e a valorização da escola e professores, dando crédito à estes, no que podem fazer por uma educação, mesmo em massa, que contemple um futuro mais promissor e feliz, que vá além das esferas do trabalho e empregabilidade, como se este fosse o único fim da educação? Não estariam os pais e o Estado, deseducando, e levando ao desaprendizado do que propõe a escola, na educação que visa o viver a vida plenamente, dia a dia, e inclusive para o trabalho e não somente para o trabalho?
São tantas indagações.
A resposta, não é a busca de culpados, e sim a busca de quem se propõe à uma busca incessante para a qualidade do ser, a qual, não se faz sem a qualidade da educação.
Na escola particular, os pais compram os materiais, o que inclui os livros, e cobra de seus filhos, que estes busquem ler, estudar e sempre levar os livros de acordo com os horários a que correspondem.
Na escola pública, os livros são "gratuitos", os alunos os recebem no início do ano, e dos pais os demais materiais, mas não generalizando, embora seja uma maioria hoje em dia, os pais nem sabem o que seus filhos fazem com estes materiais e livros, se os perdem, se os levam para a escola nos respectivos horários, se os encapam, se cuidam dos mesmos, se os conteúdos são realmente capazes de promover uma verdadeira aprendizagem, e por aí afora.
Na escola particular, os pais acompanham a frequência de seus filhos, os levam à escola, os buscam, cobram a disciplina necessária, a pontualidade e assiduidade.
(e assim, a escola, busca também fazer o mesmo).
Já na escola pública, os alunos quando pequenos, vão à escola por que os pais levam, alguns, com a desculpa de que são obrigados, muitos não demonstram aos próprios filhos, que a escola, é, ou deveria ser um espaço de aprendizagens, trocas de experiências, e de oportunidades de dias melhores, muitos alunos não se preocupam com a assiduidade, muito menos com a pontualidade, e muitas vezes, a escola colabora com estes descasos, por imposições sociais, que afirmam que, "antes chegarem atrasados na escola e entrar, do que ficarem soltos por aí, procurando o que fazer".
Na escola particular, se os alunos são indisciplinados, os pais são chamados, e a conversa é outra, ambos, escola e família "exigem" mudanças, se praticam vandalismos, e quebram ou estragam móveis e ou outros da escola, são convidados a ressarcirem os danos.
Já na escola pública, um total descaso, muitos alunos usam e abusam da "autoridade" que lhes foi conferida, rabiscam mesas, picham paredes, saem das salas a cada batida de sinal, usam drogas nos banheiros, rasgam os cartazes da escola, quebram câmeras, computadores, "depredam" o bem público, e surpreendidos, dizem que fazem bagunça na escolas e sujam salas de aula, e etc., para darem emprego às "empregadas" do estado, quando não soltam um "é público mesmo!". E a "lei" diz que não se pode cobrar taxas, ou estes prejuízos, pois a educação deve ser gratuita. O que dá créditos para que alunos percam livros e exijam outros novos a cada dia, quebrem cadeiras, pichem e desenhem com corretivos, ao ponto que nem convidados a corrigirem o "erro", não podem, pois "são expostos à humilhação". Já os profissionais, podem ser postos à estas humilhações?
São inúmeros os "fatos" que fazem o diferencial entre escola pública e escola privada, que se fôssemos enumerar, escreveríamos livros e mais livros a respeito. Só nos resta pensarmos, por que não "abolirmos" as escolas privadas, na promoção de uma escola pública de qualidade, que realmente dê as mesmas oportunidade para todos, sejam pobres ou ricos, negros e brancos, filhos de reis ou filhos de plebeus (etc.).
Resta afirmar, quando assim o for, verse-á que a política e a educação estarão realmente seguindo os caminhos, digamos assim, resumidamente, mais acertados.
By Adalmir Oliveira Campos
adalmir-campos.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário