A cada dia os muros entre eu e o mundo se tornam maiores.
O medo do que há do outro lado, do que já presenciei me
tiram o tesão de poder viver.
De certo modo perdi a fé nas pessoas.
De certo modo perdi a fé no amor.
Foram tantos tombos, tantas mordidas
de cobras cascavéis, que acoado
fiquei.
Sei que há inúmeras possibilidades do outro lado do muro.
Mas ainda não me sinto seguro para ousar
caminhar entre serpentes venenosas de um sistema alienante.
Tentam me impor a escravidão assalariada.
Tentam me impor a política da pilantragem.
Tentam me impor a religião da usurpação.
Tentam me impor a sociedade da desilusão e da ilusão.
É imposto viver contra princípios.
É imposto afogar a ética.
É imposto viver a moda.
É imposto render-se ao dinheiro.
É imposto adotar a dor.
É imposto renegar o amor.
E os muro só aumentam.
Enquanto o bonito fica nos papéis e computadores.
E o feio se incorpora ao mundo.
Mosaicos que se formam.
Ferro e aço que se forjam.
Barro que se molda.
Telas que si pintam.
Arte que se faz.
Filosofias que sempre vem.
Apontam que um dia
possa-se viver sem muros,
numa verdadeira terra de bem.
By Adalmir Oliveira Campos
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