Como pode o rio desaguar-se no mar?
Como pode o rio assim se entregar?
São tantas histórias que carrega, e ao
mar todas elas leva.
São águas que se vão e não voltam mais.
Como dizem os filósofos, são águas sempre
novas, embora o rio seja o mesmo.
Que entrega é essa?
É um agregar-se e unir-se, água doce,
água salgada, uma só, com muito mais
volume com muito mais histórias.
Perde-se o rio?
Ganha o mar?
Fim do rio, vida ao mar?
Mistério, talvez feito o amor a dois, que
faz um, que pensam e agem por dois e
assim a vão e amam na ação.
Tão grande torna-se o mar.
E o rio vai nele misturado.
Mas nem por isso é menor que o mar, já
é parte dele e juntos são enormes.
Já não há espaço para mesquinharias,
destas que ainda habitam o seio humano,
o mar e o rio, são mais, junto aos oceanos.
Um só, profundo, fecundo, trás vida e muito
mais, e só aumenta, e o incrível é que não
transborda.
Ondas vem.
Ondas vão.
E eu sonho um dia ser rio, ser mar, ser oceano,
e no evaporar me unir a Deus, pois Maior não há.
Eu e Deus.
Deus e eu, assim como o rio, o mar e oceano...
Um só mistério possível.
By Adalmir Oliveira Campos
adalmir-campos.blogspot.com.br
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