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sábado, 28 de julho de 2018

Saudade!


Saudade de pisar descalço no chão. Cidades são quase todas concreto, inclusive corações!

Saudade de me debruçar na rede e mesmo no mais frio inverno me colocar diante da mais linda tela pintada por Deus, cravejada das imensas, belas e intensas estrelas.

Cidades, somente luzes artificiais, e pessoas também! Medo de me contagiar, sei lá. Até já tomei remédio para me encaixar (des).

Saudade da mina d'água, nascente do mar.
Coisa linda, pequena, ingênua, que carrega em si, tanta grandeza e vida.
Cidades, somente esgotos e enxurradas de lama quando chove.

Saudade do canto dos passarinhos no decorrer do dia, e dos grilinhos que atravessam a noite no seu cri cri cri.
Cidades, somente barulho e sons assustadores de buzinas e "des" humanos.

Saudade do ar puro.
Do jardim florido, do beija flor, do quintal de couve, que também tem alface, cenoura e outros mais.
Cidades, jardins de plástico e também de concreto!

Saudade da égua branca de meu pai, de quando me colocava no colo e me levava da escola pra casa... Do leite fresquinho pela manhã, da massa de queijo, do queijo, do beijo de mãe!
Cidades, tudo se cria e brota dos frios supermercados com seus caixas fantasmas que nem pronunciam um bom dia.

Saudades da galinha cantando e a gente brincando de encontrar os ovos que ela escondia. E tem gente que nisto não vê poesia!

Cidades, tijolos e pedras de homens e mulheres frios.

Saudade de despertar com o sol batendo no rosto, com o galo cantando, com as seriemas conversando na porta da cozinha.
Cidades despertam hoje em dia com as luzes dos Smartphones e celulares de última geração, de um povo inerte, alienado sem ação, sem noção.

Saudade de um tempo que pode ser, se as cidades não encobrirem tudo que faz bem, o que chamamos felicidade, e é feito assim, de simplicidade!

Saudade de tantas coisas que deveriam ser e não são mais.

By Adalmir Oliveira Campos 

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