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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Contradições


Na escola, aluno pode chegar
atrasado que não pode ser impedido
de entrar, entra a hora que quer.

Quando cresce, vai ao banco e se não
chegar na hora certa, tem a porta de
vidro fechada em sua cara.

Na escola, pode rabiscar a mesa, jogar
lixo no chão e não ser punido por risco
de "colocar o aluno ou aluna em
constrangimento diante dos colegas.

Quando cresce, picha prédios, bancos
das praças, jogam lixo na rua, nos lotes
vagos, e se forem pegos em flagrante,
sofrem as penas legais e até viram
manchete no JN.

Na escola, conversam o tempo todo
atrapalhando o professor a dar a sua
aula, a qual passou horas em casa
preparando, usam celulares, andam de
uma lado para outro.

Quando crescem e vão para o Fórum
em uma audiência, ou na Câmara Municipal,
prefeitura, biblioteca pública, museus,
delegacia, etc., devem estar impecáveis,
vestidos adequadamente com seus celulares
desligados, e para falarem alguma coisa
somente quando solicitados ou permitido.

Na escola, podem faltar às aulas o quanto
quiserem, terem o mínimo de compromisso
com os estudos e mesmo assim, com rendimentos
abaixo da média e irregulares, fazem uma provinha
de reclassificação e são aprovados e seguem
em frente como se nada tivesse acontecido.

Quando crescem, são barrados no ENEM e nos
vestibulares por seus conhecimentos serem
insuficientes ou defasados.

Na escola, podem chamar os professores de
tio e tia, serem respondões, mal educados e
até partirem para a agressão e nada é feito,
a não ser quando alguém quase é morto.

Quando crescem, uma pequena afronta à
uma figura de autoridade que representa a
lei, seja numa blitz  da lei seca, seja num racha
com os colegas, ou no uso de um baseadinho,
sofrem as consequências, ou ao menos deveria.

Na escola, podem usar celulares dentro da sala
de aula o tempo todo, até durante as explicações,
sem falar em quando atendem e começam a
conversar como se não houvesse ninguém ao
redor.

Quando crescem, não podem usar celulares
dentro de bancos, nem dentro das empresas
durante o expediente de trabalho, bem como
nas reuniões com seus superiores.

Na escola, fazem questão de entrar e sair
somente nas horas em que há obrigação
determinada por lei.

Quando crescem, e vão para  o mercado de
trabalho, eles têm que "vestir a camisa" da
empresa, e assim trabalhar até depois do
expediente, levar "deveres" para casa, sem
ganhar um dia de folga ou hora extra.
(sem direito a reclamar, pois quem não veste
a camisa, já se sabe né, não se encaixa no
perfil da empresa). Diga-se de passagem,
sempre com um  sorriso no rosto.

Na escola, eles sempre possuem a razão,

Quando crescem, precisam aprender a
serem obedientes a duras penas, pois o
mundo lá fora não passa a mão na cabeça
de ninguém. os sistemas e os governos
sempre impõem e é quase impossível
a recusa, um risco a estar à margem da
sociedade por eles imposta, um fora da
lei.

Na escola, não podem ajudar financeiramente,
pois o Estado em suas mentiras diz que não
deixa nada faltar, mas a realidade é outra.
Sempre falta recursos para atender às reais
necessidades dos alunos, e eles sabem disso.

Quando crescem, colaboram com os cofres
públicos e privados e com os bolsos de muitos
canastrões e corruptos que se encontram por
aí nas esferas do poder. Embora não saibam,
em cada compra que fazem, em cada multa,
em cada ação entre o nascer e o morrer, nos
valores estão os juros que aos outros enriquece.

Na escola se negam a fazer as avaliações,
se negam a escreverem os conteúdos do quadro,
dizem que é tudo muito chato, que escola devia
ser diferente, dinâmica feito circo, shopping
center, parque de exposições e TV.

Quando crescem, descobrem que a vida é
muitas vezes dura com quem é mole, é
monótona e sem graça. São obrigados
a viverem com as rotinas impostas por
sistemas e governos que só pensam em lucrar
em cima da massa, em trabalhos estressantes
que muitas vezes a paga não cobrem o pão
de cada dia, em comparação às escolas muitas
vezes mais sem vida e sem graça, não podendo
fugir às responsabilidades.

Na escola se recusam a usar uniformes, os
quais facilitam a identificação dos mesmos,
podendo até ajudar em uma situação de
envolvimento em um acidente, na identificação
e rápida comunicação com a família, bem como
aqueles que "matam aula" e ficam perambulando
pelas ruas correndo perigos enquanto a família
pensa que eles estão na escola.

Quando crescem, e vão trabalhar, são "obrigados"
a usarem os benditos uniformes, e diga-se de
passagem, geralmente não são visões nada
agradáveis.

Na escola, se recusam às atividades físicas,
alongamentos, aquecimento, dizem que tudo
isso é bobagem, e querem na maioria das
vezes jogar futebol vestidos de calça jeans ou
matar horário pelos jardins.

Quando crescem, pagam para irem às academias,
fazem tudo que não faziam de graça na escola e
não davam valor e quando entram em times de
vôlei ou futebol, aderem às rotinas e seguem com
rigor a disciplina, pois sabem que se não estiverem
uniformizados e não realizarem os treinos previstos,
não servirão nem para reserva, quem dirá irem
para a torcida quando quiserem. Ou seguem a linha,
ou vão embora em marcha ré.

Na escola, atrasam na entrega dos livros que
pegam emprestado e deles não se pode cobrar
nenhuma multa ou taxa, e se perdem os livros,
fica por isso mesmo.

Quando crescem e vão numa livraria privada ou
locadora de DVD... a coisa é diferente ou devolvem
em dia ou pagam a multa que é crescente. E se persistir
em não pagar, o nome fica sujo, corta-se o crédito e
tchau e benção. Se caso perder, tem que pagar o valor
investido pelo proprietário.

Contradições diz o poeta.
Escola e mundo tão diferentes,
como encaixar um quadrado em uma triângulo?

Ou a escola vira mundo, ou o mundo vira escola
e vice versa.

O que não pode é criar anjos para o inferno,
e demônios para o céu.
Cada um cabe em um lugar.

A escola educa para o viver no mundo.
E deste mundo não pode estar distante.
Caso contrário, a sintonia se torna desconcertante.

Se uma educação é para um mundo onde impera
leis, regras e sanções, a escola não pode seguir
diferente, o mesmo ocorre com os contrários.
Se a educação é para um mundo sem regras, que
ela permaneça como está.

O que não pode e não tem jeito é esta contradição.
Ou anda certo, ou anda na contramão.
O que realmente importa, o sábio entende e sabe
a solução, esta, com certeza está na educação.

By Adalmir Oliveira Campos
adalmir-campos.blogspot.com.br
adalmiroliveiracampos.blogspot.com.br



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