Ela veio suavemente pegando carona no vento.
Asas abertas, num abrir e fechar lentos,
permitindo-se plainar no ar.
Pousou delicadamente sobre uma flor de
nome rosa.
Permitiu-se cheirar a mesma enebriando-se
com a sua fragrância.
Permitiu-se o toque, sentindo o aveludado
de cada pétala, vistosa e bela.
Passeou sobre o pólen amarelo e permitiu-se
maquiar deste, tornando possível posterior
polinização.
Promessa de novas flores...
Promessas de novos frutos...
Promessas de novas colheitas.
Quis permanecer um pouco mais, pondo-se a
explorar toda a roseira e a beleza que esta trás.
Espetou-se nos espinhos...
Deu gritinhos, sentindo dor.
Mas aprendeu a lidar com os mesmos evitando
se machucar.
Passou pelas folhas verdes e viçosas, pelo caule
forte que se firma nas raízes profundas.
Extasiou-se com a beleza da roseira e se apaixonou.
Quis nela fazer morada, e enamorada por lá ficou.
Visitou cada botão de rosa, e agraciou-se com a
magia de vê-los desabrochar...
Rosas e mais rosas.
Cada uma mais linda que a outra.
E a borboleta não quis saber de ir voar sobre
outra planta, mesmo estas tendo o seu valor.
Fez morada.
Casou-se, acasalou...
E bela família formou.
E a roseira, de morada e alimento serviu
carinhosamente seus hospedes gentis, numa
dupla troca de afetos, tornando mais belo o
jardim.
São tão belas as borboletas...
São tão belas as rosas...
Mistura maravilhosa que confunde a visão.
São belas e são rosas.
Ambas rosas e borboleta que se
diferenciam apenas pelo movimento produzido,
numa, pelo frescor do vento, e na outra pelo
bater de asas.
Mas o encanto é sobrenatural.
E mais rosa o jardim...
Este torna-se encanto para os olhos que passam
e se alegram no desejo de serem borboletas e
habitarem o jardim.
By Adalmir Oliveira Campos
10/06/2014
adalmir-campos.blogspot.com.br
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