Hoje pela manhã, ouvi uma comentarista falando sobre que, só se ajuda quem quer ser ajudado,
que não se deve ferir o livre arbítrio de ninguém, e concordo com ela, exceto quando ferem a lei e a constituição,
ou fazem mal a si e aos semelhantes, pois nestes casos, perante à mesma lei e constituição, pode-se agir em socorro compulsório.
A fala ia muito bem, até que a mesma falou sobre uma parábola da fruta podre em meio a frutas sadias em uma cesta,
a qual, não me recordo de ter lido na Bíblia, muito menos, atribuída a Jesus, como ela afirmou,
tendo uma vaga referência no livro de Amós, mas em um contexto bem diferente, onde as frutas podres, são os donos do poder em manipulação e escravização das outras,
já, a mesma, disse sobre, o velho ditado onde relata que uma fruta estragada estraga as outras quando em contato com estas,
e quando se fala de frutas, não deixa de ser uma verdade, mas e quando se trata de pessoas, seria uma verdade?
Teria o mal, mais força que o bem?
Nós influenciamos e somos influenciados o tempo todo,
não tem como negar, mas quando temos em nós, bem estruturada as nossas raízes e somos conhecedores de nós mesmos, e estamos conectados com nossa essência e caráter,
muito dificilmente nos deixaremos ser influenciados negativamente, ao ponto de “apodrecimento”, ou ficar igual a,
e acredito, o seja, com qualquer outro semelhante.
Se a pessoa não melhora, se não busca mudança de vida, se não se preocupa com a reforma íntima, existem “enes” fatores que a impedem disto,
desde a não prontidão, crenças limitantes, feridas emocionais e traumas não curados e não superados,
falta de recursos internos e externos para enfrentamento de conflitos e problemas,
bem como resolução, repito, um estado de não prontidão, e se afastar, por vezes, é a melhor opção,
e talvez, estar ao lado, dizendo, estou aqui se precisar, é o máximo de bem que se pode fazer.
Esperar o tempo do outro!
Tentar ajudar aos outros sem que peçam, ou invadir a vida alheia impondo-lhes mudanças para as quais não estão preparadas,
desrespeitando seu livre arbítrio, e estar ao lado, não é se deixar apodrecer pela fruta, como dizem, que está podre,
é se comprometer e tomar parte, por invadir o espaço alheio, e ao que não lhe compete, tornando-se cumplice,
ou parte, nas consequências oriundas da ajuda prestada sem consentimento ou sem ter sido pedida.
A vida, é sobre cada um cuidando de seu jardim e de seus telhados de vidro, e assim,
a humanidade vai fluindo de forma mais saudável e promissora, sem estragar o jardim de ninguém,
ou muito menos, quebrar telhados uns dos outros, ou o próprio.
Cada um tem seu tempo de amadurecimento, até os anjos não respeitam isso e deixam de interferir quando necessário?
Não é porque estão “apodrecidos”, que são abandonados,
e sofrem a ação do tempo e das consequências das ações, das formas de pensar, das formas de agir, das formas de sentir, das formas de agir, das formas de reagir,
até que o aprendizado ocorra e venham o tempo das mudanças.
Na verdade, não são abandonadas por Deus, nem pelos anjos, e protetores espirituais, estes estão do lado,
esperando que peçam ajuda ao reconhecerem que precisam “mudar de vida”,
e sair do estado de podridão, é se permitir sofrer uma linda metamorfose, onde nada se perde, e tudo se transforma!
Se a outra fruta, saudável, apodreceu ao encostar na fruta que estava podre, acredito, neste contexto,
que não foi o outro que a apodreceu,
mas esta que se comprometeu e se meteu onde não devia e acabou apodrecendo,
não respeitou os limites e individualidade do outro,
nem seus tempos de não prontidão, de não amadurecimento interno, ou que sofresse as metamorfoses necessárias,
ou tomando parte no processo que cabia ao outro.
Ser luz e sal, não é invadir espaços e vida alheios e querer impor-lhes formas de pensar, de sentir, de ser, de estar, de agir ou de reagir,
exceto, se fora das leis e Constituição que regem sua Pátria.
Em se falando de cestas de frutas, todas vão apodrecer um dia, perdendo assim sua vitalidade, vitaminas, sais minerais e utilidade para o que se prestavam,
e se falando de frutas, sim, retirando as podres, dá-se uma chance para outras maduras, durarem um pouco mais,
mas em se falando em seres humanos e espirituais encarnados, funciona da mesma maneira?
Acredito que não!
Não foi à toa que, didaticamente falando, fomos postos, bons e ruins, capazes e incapazes, competentes e incompetentes, sábios e ignorantes, violentos e pacíficos, ordeiros e não ordeiros, etc., etc.,
semelhantes com semelhantes, e não iguais, para que,
aprendessem uns com os outros, tanto com a luz, tanto quanto, com as trevas,
e não temos nós, todas elas, luz e trevas?
Precisamos ressignificar antigos ditados e parábolas, as mesmas serviram a um tempo, a um espaço,
que já não existem mais, fogem às evoluções e progresso que tivemos nos últimos milênios, e mais recentemente nas últimas décadas,
e a cada dia mais, caso contrário, persistiremos em erro continuamente.
Não estamos em um cesto, estamos em um planeta, considerado por muitos, a Mãe Terra, da qual viemos e para a qual retornaremos,
exceto nossas consciências/almas, que retornaram “ao pó” das estrelas.
Não somos frutas maduras, estando algumas sadias e outras podres,
se o fôssemos, pela lógica, tirando ou não as podres, todas teriam o mesmo fim, apodreceriam,
mas com nós, seres humanos, amadurecimento, é o oposto do que ocorre com as frutas,
é um ponto considerado saudável, onde se passou por muitas vivências, adquiriu-se experiência, alcançou-se muitos conhecimentos,
e entrou-se numa fase que foge à da inocência e ingenuidade das crianças, adolescentes e jovens,
e já não se comete tantos enganos e não se deixa a tanto se enganar,
e a tendência é dar continuidade em frutos mais bons, e plantio de sementes mais saudáveis às próximas gerações.
Somos geradores de frutos, que se bons ou ruins, vai depender de onde temos o foco, o olhar e o coração.
Por Adalmir Oliveira Campos