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terça-feira, 30 de maio de 2023

Quem somos nós, na cesta de frutas maduras? As podres, ou as saudáveis?

 


Hoje pela manhã, ouvi uma comentarista falando sobre que, só se ajuda quem quer ser ajudado, 

que não se deve ferir o livre arbítrio de ninguém, e concordo com ela, exceto quando ferem a lei e a constituição, 

ou fazem mal a si e aos semelhantes, pois nestes casos, perante à mesma lei e constituição, pode-se agir em socorro compulsório.

A fala ia muito bem, até que a mesma falou sobre uma parábola da fruta podre em meio a frutas sadias em uma cesta, 

a qual, não me recordo de ter lido na Bíblia, muito menos, atribuída a Jesus, como ela afirmou,

tendo uma vaga referência no livro de Amós, mas em um contexto bem diferente, onde as frutas podres, são os donos do poder em manipulação e escravização das outras, 

já, a mesma, disse sobre, o velho ditado onde relata que uma fruta estragada estraga as outras quando em contato com estas,

e quando se fala de frutas, não deixa de ser uma verdade, mas e quando se trata de pessoas, seria uma verdade? 

Teria o mal, mais força que o bem?

Nós influenciamos e somos influenciados o tempo todo, 

não tem como negar, mas quando temos em nós, bem estruturada as nossas raízes e somos conhecedores de nós mesmos, e estamos conectados com nossa essência e caráter, 

muito dificilmente nos deixaremos ser influenciados negativamente, ao ponto de “apodrecimento”, ou ficar igual a, 

e acredito, o seja, com qualquer outro semelhante.

Se a pessoa não melhora, se não busca mudança de vida, se não se preocupa com a reforma íntima, existem “enes” fatores que a impedem disto, 

desde a não prontidão, crenças limitantes, feridas emocionais e traumas não curados e não superados, 

falta de recursos internos e externos para enfrentamento de conflitos e problemas, 

bem como resolução, repito, um estado de não prontidão, e se afastar, por vezes, é a melhor opção, 

e talvez, estar ao lado, dizendo, estou aqui se precisar, é o máximo de bem que se pode fazer.

Esperar o tempo do outro!

Tentar ajudar aos outros sem que peçam, ou invadir a vida alheia impondo-lhes mudanças para as quais não estão preparadas,

desrespeitando seu livre arbítrio, e estar ao lado, não é se deixar apodrecer pela fruta, como dizem, que está podre, 

é se comprometer e tomar parte, por invadir o espaço alheio, e ao que não lhe compete, tornando-se cumplice,

ou parte, nas consequências oriundas da ajuda prestada sem consentimento ou sem ter sido pedida.

A vida, é sobre cada um cuidando de seu jardim e de seus telhados de vidro, e assim,

a humanidade vai fluindo de forma mais saudável e promissora, sem estragar o jardim de ninguém, 

ou muito menos, quebrar telhados uns dos outros, ou o próprio.

Cada um tem seu tempo de amadurecimento, até os anjos não respeitam isso e deixam de interferir quando necessário? 

Não é porque estão “apodrecidos”, que são abandonados, 

e sofrem a ação do tempo e das consequências das ações, das formas de pensar, das formas de agir, das formas de sentir, das formas de agir, das formas de reagir, 

até que o aprendizado ocorra e venham o tempo das mudanças.

Na verdade, não são abandonadas por Deus, nem pelos anjos, e protetores espirituais, estes estão do lado, 

esperando que peçam ajuda ao reconhecerem que precisam “mudar de vida”, 

e sair do estado de podridão, é se permitir sofrer uma linda metamorfose, onde nada se perde, e tudo se transforma!

Se a outra fruta, saudável, apodreceu ao encostar na fruta que estava podre, acredito, neste contexto, 

que não foi o outro que a apodreceu, 

mas esta que se comprometeu e se meteu onde não devia e acabou apodrecendo, 

não respeitou os limites e individualidade do outro, 

nem seus tempos de não prontidão, de não amadurecimento interno, ou que sofresse as metamorfoses necessárias,

ou tomando parte no processo que cabia ao outro.

Ser luz e sal, não é invadir espaços e vida alheios e querer impor-lhes formas de pensar, de sentir, de ser, de estar, de agir ou de reagir, 

exceto, se fora das leis e Constituição que regem sua Pátria.

Em se falando de cestas de frutas, todas vão apodrecer um dia, perdendo assim sua vitalidade, vitaminas, sais minerais e utilidade para o que se prestavam, 

e se falando de frutas, sim, retirando as podres, dá-se uma chance para outras maduras, durarem um pouco mais, 

mas em se falando em seres humanos e espirituais encarnados, funciona da mesma maneira?

Acredito que não! 

Não foi à toa que, didaticamente falando, fomos postos, bons e ruins, capazes e incapazes, competentes e incompetentes, sábios e ignorantes, violentos e pacíficos, ordeiros e não ordeiros, etc., etc., 

semelhantes com semelhantes, e não iguais, para que, 

aprendessem uns com os outros, tanto com a luz, tanto quanto, com as trevas, 

e não temos nós, todas elas, luz e trevas?

Precisamos ressignificar antigos ditados e parábolas, as mesmas serviram a um tempo, a um espaço, 

que já não existem mais, fogem às evoluções e progresso que tivemos nos últimos milênios, e mais recentemente nas últimas décadas,

e a cada dia mais, caso contrário, persistiremos em erro continuamente.

Não estamos em um cesto, estamos em um planeta, considerado por muitos, a Mãe Terra, da qual viemos e para a qual retornaremos,

exceto nossas consciências/almas, que retornaram “ao pó” das estrelas.

Não somos frutas maduras, estando algumas sadias e outras podres, 

se o fôssemos, pela lógica, tirando ou não as podres, todas teriam o mesmo fim, apodreceriam, 

mas com nós, seres humanos, amadurecimento, é o oposto do que ocorre com as frutas, 

é um ponto considerado saudável, onde se passou por muitas vivências, adquiriu-se experiência, alcançou-se muitos conhecimentos, 

e entrou-se numa fase que foge à da inocência e ingenuidade das crianças, adolescentes e jovens, 

e já não se comete tantos enganos e não se deixa a tanto se enganar, 

e a tendência é dar continuidade em frutos mais bons, e plantio de sementes mais saudáveis às próximas gerações.

Somos geradores de frutos, que se bons ou ruins, vai depender de onde temos o foco, o olhar e o coração.

Por Adalmir Oliveira Campos

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