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segunda-feira, 22 de maio de 2023

Quebrando silêncios

 


Sei da minha ignorância a respeito de tanto, muito do que compõe este Todo mal compreendido, mal interpretado, mal posto, mal divulgado

em explicações que mais escurecem o entendimento, que os clareia, 

embora, de uns tempos pra cá, tenho buscado me afastar de lugares onde me disseram ser o melhor pra mim, lugares estes onde se fala de Deus, mas que não vi Deus, 

tão somente homens e mulheres falhos, como eu, como você, cheios de arrogância, arrogância que também tive, e por vezes tenho, 

de achar que sabem muito, que estão em condições melhores espiritualmente, materialmente, 

e assim, em direitos de se colocarem como julgadores da vida alheia sob títulos de ajuda ao próximo, de propagar o Evangelho, de levar as Boas Novas, 

que diga-se de passagem, de Boas Novas não têm nada, mais ainda, nestes tempos, que para alguns, é tido como fins dos tempos, 

com visões, entendimentos, divulgações (divagações) apocalípticas, e para outros, um pouco mais amena, e não tão menos violenta, agressiva, desnorteadora, 

de um planeta de provas e expiações, em fase de transição para um planeta de regeneração.

Um piorar para melhorar, uns pro céu, outros pro inferno, noutras visões, uns ficam, outros vão para mundos melhores, outros, para mundos de vibração ainda semelhante a este, que estamos deixando para trás, ainda de provas e expiações.

E tudo o fazem em Nome de Deus, em nome do Cristo, Jesus, das divindades, dos santos, dos anjos...

E por vezes, ouso perguntar, ouso questionar, e não encontro respostas que me satisfaçam em relação à minha encarnação atual, no entendimento de mim mesmo, de Deus, de meus semelhantes, deste planeta que ora habito.

Alguma coisa parece não fazer sentido, e sou leigo em tantas coisas, ciências, filosofias, etc., 

e mesmo que queira acompanhar este processo evolucional, que beira ao transcendental, jamais será possível, de acordo com tais entendimentos.

Em terapia, na última sessão, eu falei com a psicóloga, que buscarei um sentido diferente do que me foi posto através de doutrinação e ideologias diversas, 

na educação primeira, com meus familiares, amigos, na igreja, na escola, na universidade, etc., 

na busca de um entendimento que me pareça mais saudável, diante de tudo que, tendo em base, minhas crenças, meu caráter, entendimento de Valores Universais, 

me levem a ser uma pessoa melhor, bem como a estar melhor comigo mesmo e com meus semelhantes, 

caso contrário, que sentido tem, seguir esta sobrevida, feito Lázaro a esperar pelas migalhas que caem das mesas dos que “estão acima,” 

ou melhor, são vistos assim e se colocam assim, à altura de seus egos adoecidos.

Tanta luta, privações, sofrimentos, ralar de ostras, etc., para ser reprovado, ou ter sempre este sentimento de medo, culpa, vergonha em relação à salvação ou não salvação?

Se são vibrações mais sutis que nos põem em transformações constante a rumo destes céus que nos tem sido preparados, por que ainda, cultivo destas sensações e vibrações tão negativas e baixas?

Falam muito de reencarnação (não que eu não acredite, ou duvide), 

de Carmas, de leis de causa e efeito, etc., e eu me questiono e questiono os locais, livros sagrados, doutrinas, tudo que pude presenciar, experienciar, conhecer, 

se tudo, realmente, tem o aval de Deus/ Universo/ Força Maior/ Bem Absoluto/ Amor, etc., dentro de um plano maior, 

onde, tramitam situações, por vezes catastróficas, como medidas de “castigo/ lição/experiências outras, 

a título de crescimento, evolução e progresso, neste vir a ser e estar que se faz constante, contínuo, “eterno”, ou foi maquiagem, jogo de ilusões, 

pão e circo inventado para controle e manipulação das massas, a que, tenho dado mais crédito nos últimos tempos.

Um plano, um jogo, onde somos postos uns contra os outros, enquanto eles se divertem, se enriquecem, desfrutam da vida, do bom e do melhor, às custas de tanto sofrimento e tanta dor.

Este sistema piramidal mais se revela torre de Babel, massas confusas tentando alcançar o topo, numa luta contra si mesmos, os outros, 

Um topo onde não há Deus, mas homens de carne e osso, que se acham o Tal.

Dizem que não há vítimas e nem vilões, que tudo faz parte deste dramalhão entendido como plano, mas não seria o que querem que acreditemos? 

Não seria esta a verdade a ser revelada, negada nesta divulgação em massa de tanto terror, como que, 

uma cortina de fumaça, um desvio do foco, um prolongamento de tantas inverdades que tanto impõem fardos, pesos, sofrimentos no mundo e nas pessoas, seres vivos outros?

Depois de tanto sofrer nas mãos destes manipuladores, classes dominantes, dominadoras, 

vivendo por vezes, verdadeiros infernos, ainda terem que reencarnar a título de provas e expiações, a título de aprendizagem, a título de ralar ostras, às custas de tanto sofrimento, como os vividos pelo próprio Cristo, Jesus, 

bem como tantos escravos, crianças, mulheres, negros, indígenas, minorias outras, que vem sofrendo no decorrer da história?

É uma história louca que parte do princípio da meritocracia, e quem mais batalha, mais sofre, mais tem perrengues na vida, são os que menos lucram, ganham, prosperam, vivem dignamente, 

e ainda saem como os culpados de todos os infortúnios, e em busca de defesa, em seus questionamentos, são postos como vítimas, e ainda saem como os loucos da história, 

com sentimentos relutantes e vívidos de medo, culpa, vergonha, e de cabeça baixa num continuar que parece eterno de sim sinhô, sim sinhora.

Dizem que sou petulante, revoltadinho, e tanto mais, que já nem ligo, 

o importante é eu estar bem comigo mesmo, com meus semelhantes e com este Deus, que eu ainda creio, estar longe disto tudo que dizem ser causado por Ele, 

quando na verdade, são tudo, um pacote construído pelo próprio homem, que não querendo se responsabilizar pela consequências das próprias escolhas e atos, 

buscam algum culpado, sendo ora Deus, sendo ora o demônio, sendo ora, o semelhante “menos” instruído, menos adiantado, menos evoluído, 

mais bruto, menos civilizado, menos comprometido, menos capaz, que não aderiu ao sistema, que não quer fazer por onde, etc..

Ontem li uma frase, a qual, não me lembro a autoria, a quem, aprouver, dou os devidos créditos, 

de que o Capitalismo nos deixa duas escolhas, a de ficar à margem da sociedade, se não entrar no jogo, 

sem dinheiro, sem identidade, sem CPF, sem “chip”, sem vida, 

mendigo, sem ser visto, sem vida, mesmo existindo e fazendo de certo modo, parte desta paisagem/cenário, 

e o que adere ao jogo, que entra nas regras de competição, que vai de encontro a ser o melhor, o maior, o mais evoluído, o mais perfeitinho, o “filhinho do papai”, mesmo não entendendo que esteja sendo explorado.

Muitos espiritualistas/coaching/coach, tem engambelado as massas, colocando mais e mais crenças limitantes, mais sentimentos de incapacidade, de culpa, de vergonha, de auto invalidação, 

baixando em muito o amor próprio, a auto estima, a vibe, num fazer pensar constante de que são fracassados e tudo é culpa deles próprios, que não fizeram o suficiente, 

um vestir a camisa que os deixa completamente nus, e mais ainda, numa sobrevida tremenda, num aceitar meio que indignado, 

num disfarce de humildade, de aceitação, quando na verdade, é raiva, é ira, é desgosto.

Positividade, pensamento positivo, emoções positivas, dizem, como que, não houvessem outras polaridades, 

e em sabendo destas, fosse possível negá-las e transitar somente em uma, como que isso, gerasse um imã para serem  tudo o que dizem ser sonhos seus/nossos.

Por muito tempo, eu me neguei a questionar, a pensar por mim mesmo, com esta inteligência que Deus me deu, 

e mesmo que um pensar simplista, leigo, o faço hoje em dia, sem os medos de repreensão, de deus virar as costas pra mim, bem como o Espírito Santo, 

pois diziam-me ser isto, não aceitar os desígnios divinos, a vontade Deus, o que seria uma afronta ao Criador, 

mas, já que se ficar o bicho pega, e correr o bicho como, nestas historinhas da carochinha, eu prefiro buscar um Deus, este mesmo Deus, o qual me toca o coração, que abomina a morte/ matar, e a falta de amor/amar, 

um Deus que não se contradiz, e que não me faz ficar confuso, sem saber se Ele é o Deus que acredito, 

ou o Deus de que tanto falam, neste último caso, o demônio que por vezes, me fazem ver por parecer-se tanto quanto, dizem que  o demônio é.

Por Adalmir Oliveira Campos

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