Confesso, que de uns tempos pra cá, fiquei meio confuso, meio avesso, meio triste até, com o cristianismo, 

pois, ao fazer uma análise mais reflexiva, pensada, não se sabe ao certo o quanto o mesmo tem sido usado por seus seguidores, os ditos cristãos, 

para o bem, quanto para o mal, assim como a Bíblia e demais livros e músicas, considerados  sagrados.

Me parece estar sendo conduzido cegamente, sem reflexão, guiado por instintos, certa irracionalidade, 

uma irracionalidade que não permite distinguir um homem, de um animal tido como irracional, 

pois é gente comendo gente, quase que, como uma cadeia alimentar, onde carnívoros, devoram outros tidos como inferiores!

Falei em um sentido figurativo, metafórico, mas que não foge à barbárie, à maldade, a tudo que o amor abomina.

E tem-se posto em prática, semelhante contra semelhante, como quem busca agradar o patrão, o chefe, 

e conquistar um lugar ao sol, uma lugar acima, um posto de superioridade, sei lá!!

Seguem tais livros sagrados de formas literais, 

menos no que o próprio Cristo orientou, 

navegando, ou nadando contra os ensinamentos considerados messiãnicos... 

Não era amor a Deus acima de todas as coisas, e amor ao próximo como a si mesmo?

Falam não ao aborto, mas dizem bandido bom é bandido morto!

Falam sobre amar aos inimigos, mas aos inimigos destes, pedem ao pai que derrubem mil à direita, e dez mil outros à esquerda.

Falam de curas milagrosas, mas as negam a quem não faz parte do clã, os "desigrejados".

Falam de compaixão, de misericórdia, de perdão, mas na prática, os pecados, o inferno, o demônio, vem em primeiro lugar.

Falam de não olhar para trás, pois perdoado está, mas não deixam por nenhum instante, de relembrar o passado, de tocar nas feridas,

de incutir a culpa, o medo a vergonha, 

e quantos não se transformam em pedras de sal com sua falta de amorosidade, amorosidade esta, inclusive, que falta em si/ nos mesmos.

Quem é bom, quem é mal, quem é de bem, quem não é?

Basta crer, basta caridade, é graça?

Profetas cujas profecias não passam de invenções baseadas em delírios, neuroses, psicoses, que não se concretizam, graças a Deus.

Engraçado, dizem que não existe pecadinho nem pecadão, que existe o pecado, 

mas fecham os olhos aos próprios pecados, e ao invéns de reformas íntimas, se colocam como messias curandeiros de corpos, de almas, 

e enfermos, se adoecem todos, e chegam nos altares, deixam ofertas, mas não voltam para fazerem as pazes com o inimigo, 

ou a quem tem algo contra os mesmos, e julgar, condenar, setenciar é mais fácil!

Cômico, como é mais fácil “livrar” os outros do inferno do que a si mesmo!

São tão cheios de si, de egos inflados, que se julgam maiorais, justiceiros do apocalipse, em condições de separar o jóio do trigo, as cabras dos bodes, 

e depois afirmam que são eles que estudam a bíblia, mas onde está o foco de seus corações, pensar, agir?

Há muitos que se dizem preteridos de Deus, e se contentam de saber, ou assim entenderem, que seus semelhantes serão condenados ao fogo eterno do inferno, 

e ainda assim creem, esperam, como que, num sentimento de vingados, de justiçados por terem levado uma vida em retidão, segundo eles.

Mas onde está o amor no coração daquele que se compraz com as ovelhas perdidas queimando no inferno, (não seriam todas salvas?) que não importam se são da própria família ou não? 

Ficaria um pai ou mãe feliz em saber que o filho foi para tal lugar, ou o filho, ao saber que os pais para lá foram?

Tem estes, agido como o irmão do filho pródigo, quem sabe como os "Cains", os traidores, os que por inveja, ceifam as vidas de seus semelhantes por se entenderem melhores do que realmente são.

E os cegos, são os que não veem, ou não creem em tais falácias?

Se aquele que disser “racca” a um de seus semelhantes, terá condenação pesada, imagina estes “cristão” que dizem coisas muito mais pesadas, e desde já, julgam, condenam, sentenciam e aplicam as sentenças?

Amor, caridade, graça, crer em Cristo, o que basta?

Me recuso a ser cristão, destes que saem por aí nas praças públicas, nos púlpitos da igrejas, dizendo levar boas novas, que mais se assemelham a colocar pessoas em cruz, por sobre madeira, e atiçam fogo.

Cristão, em meu entendimento, é outra coisa, é pastor que deixa noventa e nove e vai atrás daquela que se perdeu, mas que na verdade, estão mais sobre os olhos amorosos do Pai, que aquelas se dizem "ganhas".

Se Ele recebe com festa, com vestes novas, com banhos, com anel de ouro no dedo, com o melhor novilho assado e comes e bebes, festas, 

quem são estes que se dizem cristãos, que negam o abraço, que não perguntam por onde esteve, por onde andou, 

e não solidarizam, não validam, não acolhem, nem amam, nem perdoam, nem...

Sei lá, um céu com pessoas assim, me faz desejar infernos, ao menos, já estamos acostumados à dor, ao sofrimento, ao julgamento, às acusações, às sentenças, às punições, 

e são tantas, não é verdade?

É tanto, que qualquer inferno, com as forças e recursos que temos, fazemos destes, céus!

Por Adalmir Oliveira Campos