O que é a felicidade dos outros para nós, ou como vemos a felicidade alheia?
A felicidade dos outros te incomoda? Se sim, se não, porque?
Já parou para pensar a respeito?
Como vemos, a felicidade do outro, pode estar relacionada ao como estamos nos sentindo em determinado momento,
ou está mais atrelada à forma como fomos entendendo o que é felicidade no decorrer de nosso desenvolvimento humano e espiritual.
Meu estado de felicidade ou não felicidade, influi no modo como vejo a felicidade dos meus semelhentes?
Todos temos crenças, conhecimentos adquiridos, experiências de vida, dados estes, que nos revelam sobre o que é felicidade, e isso difere de pessoa para pessoa.
Ou seja, felicidade é algo subjetivo e cada um se preenche de alguma forma, e assim, se sentindo saciada, as fomes, se vê feliz!
Nossa felicidade está atrelada à fatores sócio ambientais, emocionais, sentimentais, culturais, tecnológicos, científicos, religiosos, etc., em um agrupamento de dados que nos levam à sensação desta completude.
Felicidade é estar com o vazios preenchidos, e auto amor e amar, amor ao outro, amor dos outros, faz parte deste pacote todo!
É um sentir-se querido, respeitado, acolhido, validado, amado, protegido, seguro...
E vai além!
Os gatinhos aqui de casa, o Merlin e a Maia, abriram espaço para a reflexão a cerca do que é felicidade,
e trouxeram mais indagações e perguntas, que respostas!
Pode, nosso estado momentâneo, ou nossa capacidade ou incapacidade de regular as emoções, interferir na nossa capacidade de aceitar ou invalidar, ou ainda perceber e ficar bem com a felicidade alheia?
Merlin e Maia, pela manhã e início da noite, ficam agitadíssimos, cheios de energia, saem correndo, brincando, demonstrando, além de disposição, contentamento, prazer, divertimento e “felicidade”,
e sobem no sofá, vão por trás do rack e se enrolam nos fios da televisão e internet, (nos deixam sem sinal) correm para o quarto, se jogam,
ora para debaixo da cama, ora por cima, trazem folhas secas para dentro de casa, e bagunçam o coreto.
Com as crianças também costuma ser assim, não é verdade? Pais, avós, titios, titias, professores, que lutem!!!
Se os colocamos, o Merlin e a Maia, para fora, e fechamos as portas, eles entram sorrateiramente pelas janelas,
observando uma a uma, e entrando pela que “esquecemos” aberta, ou melhor, deixamos, pois ninguém aguenta o calorão que tem sido os últimos dias,
estes, que antecedem o inverno que já vai se mostrando timidamente.
E estão ali, debaixo da mesa, brincando com uma bolinha feita de sacolinha plástica, com a qual, se comprazem mais que, com as que compramos para eles, que são coloridas e ainda vem com guizos dentro.
Será que não gostaram do barulho? Vai saber!
Tem dias, que toleramos com mais empatia, com menos “agressividade” e irritação, e entendemos como algo natural,
são filhotes, seres irracionais, estão brincando, experienciando a vida, se sentido seguros e felizes,
e há momentos em que vemos a situação com certa raiva e irritabilidade, colocamos os mesmos para fora, como que, este brincar e estarem felizes,
fosse algo repugnante, inadequado, infeliz, ou baderna, uma verdadeira bagunça!
E o que muda de uma situação para outra?
Estaria neles o “problema”, ou em nós, em dado momento, diante das situações experienciadas e vividas?
Estes gatinhos, são como nossas crianças, sendo nós, os adultos, os responsáveis por seu bem estar, segurança, cuidado, saúde, lazer, educação, formação, desenvolvimento integral,
e também, a auxiliar no “controle”/regulação das emoções destes,
mas se estamos mal conosco mesmo e em desequilíbrio no que se refere à própria felicidade, bem estar, saúde física e emocional, regulação das emoções,
teremos condições de atender de modo saudável a estes pequeninos?
Ao que se espera, deveria ser uma afirmativa, mas nem sempre acontece, pois sofremos influência do que nos acomete,
o que acaba por refletir nos animais e crianças, e pessoas com as quais convivemos,
caso não tenhamos domínio, capacidades e recursos suficientes para lidar com estas questões externas e internas, de modo saudável,
sem deixar-se influenciar pelo que ocorre dentro (estado desorganizado e em desiquilíbrio do ser) e assim, liberar nas reações e ações, explodindo para fora.
Tudo se correlaciona, se interage, se agrega, se mistura, e com as energias não é muito diferente.
Se nossas polaridades estão desreguladas em um dos extremos, seja negativo ou positivo, iremos reverberar ora um, ora outro, em excessos prejudiciais a si e aos semelhantes,
ou melhor, nosso estado interno, nossa percepção momentânea da realidade, das situações, das pessoas, dos animais, das plantas, do entorno em geral, estão sendo influenciados pelo que acontece em nosso interior.
Sendo assim, é mais fácil tolerar, aceitar, acolher, validar a felicidade externa, do outro, dos semelhantes, quando estamos nos sentindo em energias e vibrando semelhante,
isto a nível seja consciente ou inconsciente, bem como o oposto, quando em desarmonia, tristes, nos sentido carentes, não amados, não respeitados, não acolhidos, não validados,
embora, em sendo adultos saudáveis, têm-se maior controle sobre ações e reações diante das situações externas, podendo dar respostas positivas e salutares,
mesmo em estando em estados negativos, mais baixos de humor, sentimento, emoções, sensações outras.
Se a felicidade nos desabitou em dado momento, necessariamente, não significa que devemos, em contrapartida, desabitá-la nos outros,
ou usurpá-la destes, como mecanismo de satisfação interna, ou falsa sensação de defesa, num "se não estou feliz, ninguém tem o direito de estar."
Felicidade não foi feita para ser combatida, ou pra ver quem consegue ser mais ou menos feliz, em competições que leva a jornadas inúteis e sem sentido,
ela existe para ser posta em comum, como que, um alimento que sacie as fomes que nos impedem a existência,
bem como a própria vida, e ela se faz necessária para todos, e quanto mais se divide, mais se multiplica!
Se Merlin e Maia estão felizes, porque não se deixar contagiar?
Da felicidade, ninguém tem controle, nem da própria, nem da dos outros, mas faz bem em a cultivarmos.
Por Adalmir Oliveira Campos
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