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quarta-feira, 24 de maio de 2023

É preciso falar sobre depressão, ansiedade, transtornos e outros

 


Desde sábado, pela madrugada, tenho me sentido melhor em relação ao humor e à disposição, com um pouco mais de energia, 

o que para mim, é como um aliviar de fardos momentâneo (espero que dure muito).

Desde meados de julho/agosto de 2022, 

tive que procurar um médico psiquiatra, 

pois somente com a sessões de terapia, não estava conseguido permanecer estável, no que se refere à regulação de minhas emoções/mente, 

com um crescente aumento da irritabilidade, afastamento/isolamento social, pensamentos acelerados, tédio, vazio, sentimentos e pensamentos de inutilidade, 

ruminantes, em sua maioria, catastróficos, de melancolia e nostalgia.

A apatia tornou-se frequente e bem aparente, cansaço extremo, esgotamento das energias, 

chegando ao ponto de ficar o dia todo jogado no sofá, isso, sem falar das dores no corpo, juntas, que mais pareciam cortes com uma gilete, fobia social, mania de perseguição, 

dentre outros,  o que, desde final de setembro, tem me impossibilitado ao trabalho, prejudicando minha relação com meus semelhantes.

Poucas pessoas, as mais íntimas, próximas, ficaram sabendo do ocorrido, 

e é necessário saberem, pois, muitas vezes, em sofrimento, levamos aos que nos são próximos ao sofrimento também!

Por isso, a importância de comunicar, pois, assim, passam a entender o que faz parte do transtorno, e o que faz parte de mim, de minha essência, 

e saberão lidar melhor, quando me virem em um momento de irritabilidade, impulsividade, compulsão, uma total desregulação emocional, 

e poderão me auxiliar melhor nos processos de cuidados e cura, bem como a si mesmos, não sendo esponjas, não se deixando influenciar.

A muito tempo, venho tendo uma depressão severa (Maior), que vai e volta, bem como fases de mania, tendo momentos em que fico mais estabilizado.  

Na última consulta, diagnosticado com TAG - Transtorno de Ansiedade Generalizada, 

e depois de mais de dois anos com uma nova profissional em psicologia, com a abordagem da psicologia TCC - Terapia Cognitivo Comportamental, 

tenho, apesar das recidivas, tido melhoras e menor sofrimento psíquico/emocional, longe do ideal, mas a caminho!

Fiz terapia e tratamento com psiquiatra por anos, (o que não foi feito na infância e adolescência), e mesmo assim, não tinha visto melhoras, estabilização e regulação da emoções, 

um viver conflituoso internamente, não visto socialmente, e até nos espaços mais íntimos, por ter colocado no decorrer de minha história, uma máscara de que “tá tudo bem”, 

máscara esta, que acreditei ser parte de minha verdadeira essência e ser, e quando mais usada, mais infernos e fardos na vida cotidiana, internamente e externamente.

E porque escrever, falar sobre isto? Vitimização? Atrais a atenção? Ter ganhos secundários, se sentir acolhido, querido cuidado? 

(Talvez sim, inconscientemente, fazemos tantas coisas, não é verdade? Adoecer, de acordo com alguns estudiosos, em psicanálise, 

é buscar o colo que não se teve, que foi negado, ou que foi ganho em chamadas de atenção, em dores menores, na infância, em situações semelhantes, o que se repete na fase adulta, sendo uma falta, uma ferida, ainda não sanada/ curada).

Você pode estar se perguntando sobre as máscaras, ainda, num não entendimento do que nos convidam a ser, em um viver de hipocrisia, seguimos:

Desde a infância, somos naturalizados, doutrinados ao sofrimento, num acolhimento do mesmo, de modo que este, passa a fazer parte do cenário, do texto, do contexto, script de vida.

As invalidações na infância, nos forçam ao uso das máscaras, e são coladas com Super Bonder!

As invalidações, nos faz entender que a vida é sofrida mesmo, que ter dor no corpo, depois de um dia exaustivo do trabalho é normal, que ter pensamentos acelerados, insônia, certa irritabilidade, impulsividade, dentre outros aspectos abordados anteriormente, 

é falta do que fazer, é falta de Deus, é má educação, ou foi mal educado, é ser nervosinho, é chorar por qualquer coisa, é ser brutinho, é ser pirracento, é ser tagarela, é ser espicula demais, é ser entrão, é ser impaciente, é (ser...), a lista é grande.

Crianças não sabem regular as emoções, precisam de um adulto saudável, que as eduque e as ensine, de modo amável, acolhedor, validante, 

em que a criança se sinta vista, amada, validada, segura, respeitada, e infelizmente, não é o que se tem passado de geração a geração, o que vem gerando, a tempos, uma sociedade, embora com certa civilidade, com pouca humanidade, 

doente, ansiosa, depressiva, triste, interrompida em seus processos de vir a ser e estar no mundo, em sua melhor fase, num viver a própria essência e ser com naturalidade e nudez de máscaras/hipocrisia.

Ter uma rede de apoio é fundamental para o tratamento de transtornos mentais, de personalidade, e outros, que, se não tratados, sofrerão continuamente, 

a cada tempo mais e mais, agravando e complicando o quadro/quadros, bem como a vida dos que lhes são próximos,

incapacitando para a vida, relações interpessoais, para o trabalho, etc..

Ainda existe muitos mitos e tabus à cerca das doenças, transtornos, espectros, traços, síndromes, etc., mentais e de personalidade, cujo entendimento vago, carregado de preconceitos e teor discriminatório, baseados em estereótipos, experiências relacionais conflituosas e mal sucedidas, 

colocam estas pessoas como de difícil convivência, acesso, abusivas, tóxicas, 

o que, em parte, sem tratamento e rede de apoio habilitada/entendida/consciente, pode ser verdade/realidade, 

mas não de todo, pois, um tratamento eficaz, coloca estas pessoas em parâmetros considerados aceitáveis de “normalidade”, ou seja, em estado regulado de suas emoções, pensamentos, sentimentos, etc..

Coisa de preguiçoso, falta de Deus, querer chamar a atenção, querer fugir ao trabalho ou às responsabilidades enquanto adulto, se fazer de vítima da sociedade, querer viver às custas dos outros, do governo, etc., 

são coisas que se ouve com certa frequência, bem como, é falta de vergonha na cara, é falta de colocar vontade/força, esforçar, é só pensar positivo, é só colocar uma música alegre, é só não ligar para o que os outros falam, 

é espiritual, é coisa de espírito obsessor, é por causa da transição planetária, remédio pra que, psicólogo e psiquiatra é só pra jogar dinheiro fora, se está passeando, é porque está bom, se está passeando, pode trabalhar,(...), 

e nada acrescenta, ou ensina, muito menos, ajuda.

Isto tudo desencoraja mais e mais, pessoas em desregulação emocional, em estados de ansiedade, depressão, e outros, a melhorarem, 

pois as invalida, as desrespeita, desperta nestes, o sentimento de falta, de erro, de culpa, de medo, de vergonha, 

e os força a colocarem máscaras de que está tudo bem, podendo assim, chegarem a extremos de autoextermínio.

É complicado pra quem está em situação de sofrimento emocional, pois, por não se ver ferimento aparente, 

como um braço quebrado, por exemplo, não dão a mesma atenção e acreditam que não merecem e não dão a devida atenção, e os cuidados necessários, como o fazem e lesões aparentes.

Um braço quebrado, pode ser diagnosticado aparentemente, caso uma fratura exposta, intensidade da dor, por raio X, etc., 

mas as doenças/transtornos, mentais/psíquicos/emocionais/de personalidade, não, e isso gera muitas complicações. 

Só para melhor entendimento, um braço quebrado, com cuidados em tempo, bons profissionais, com uma boa rede de apoio, a depender da pessoa, 

vai se curar em pouco mais de um mês, mas isso difere de pessoa para pessoa, alguns, por descuidos, por fatores outros, como uma infecção, etc., exige maiores cuidados, por vezes, 

uma cirurgia, recolocar o gesso, etc., podendo levar um tempo maior para se curar, o mesmo, acontece com as doenças/transtornos,  mentais/psíquicos/emocionais/de personalidade.

E é complicado, estas pequenas melhoras podem vir seguidas de recaídas, pode ser uma fase de mania, etc., 

pode ser um efeito placebo, pode ter uma continuidade, ou estabilização do quadro, não tem como presumir quando vai melhorar, assegurar a volta ao trabalho, atividades cotidianas, etc..

Cada pequena evolução e progresso, são pequenas vitórias/conquistas a serem comemoradas, 

ontem, por exemplo, consegui dar uma faxinada na casa, lavei roupas, fiz minhas refeições de forma regular, consegui mexer com as plantas/organizar um pouco o quintal de casa, 

hoje pela manhã, caminhei, arrumei cozinha, e estou aqui, a escrever este texto, que espero, possa ser útil a alguém que esteja passando por adoecimento semelhante, e ou familiares e amigos destes .

Você, rede de apoio, vibre por cada conquista de seus queridos e queridas, 

eles já carregam um peso muito grande nas costas, assim como o mestre Jesus disse aliviar os nossos fardos, 

façamos que O Mesmo, exerça este aliviar de fardos em nossos semelhantes através de nós.

É preciso, e urgente, retirarmos dos vocabulários de nossa existência, relações, afetos, tratamentos, cuidados, etc., 

os preconceitos e discriminação, somos semelhantes e quer queiramos ou não, o Deus que habita em um, habita no outro, ou melhor, habita em todos.

O melhor remédio, continua sendo o apoio das pessoas amadas,  o acolhimento, o respeito, a validação, o abraço sincero, as trocas de afetos e relações saudáveis, 

uma construção de ambientes saudáveis, onde haja reciprocidade em bons tratamentos e atenção, amor, compaixão, fraternidade, humanidade.

No meu caso, acredita-se que não exista cura, pois foi o modo com que minha personalidade se estruturou, 

mas, tenho visto luz ao fim do túnel, ao que, considero de grande alegria, pois, a cada tempo, tenho vivido, apesar de tudo, de todos, de muitos, não generalizando, 

um céu em meu viver, num querer distante do passado experienciado, mas um querer de um passado bem entendido, curado, superado, ressignificado, 

numa construção saudável de presente e futuro, a curto, médio, e longo prazo.

Transtorno de Personalidade Borderline e Transtorno de Personalidade Bipolar, bem como, comorbidades tipo Transtorno de Ansiedade Generalizado, Depressão Maior, 

são os infernos diários a serem combatidos, lembrando que, as pessoas não são o transtorno/transtornos, 

é preciso separar a pessoa do transtorno, evitando assim, demonizar estas pessoas, estigmatizando, bem como fomentar inverdades, em denegrindo-as, 

por certas atitudes e comportamentos, que, em dado momento, foram causados por consequências destes transtornos, o que requer empatia, amorosidade, respeito, compaixão, perdão, etc., para entender.

Fala-se muito de amor e amar, mas tem faltado muito fazer, e menos falar, céu, é algo que se constrói dia a dia, e inferno também, onde está nosso foco, coração, olhar?

Por Adalmir Oliveira Campos

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