Quem é quem nesta inversão de valores que tanto comentam nas redes sociais, bem como nos meios sociais?
Quando se fala de inversão de valores, é preciso uma conscientização e atualização ao que se refere o conceito de inversão, bem como o conceito de valores,
sendo este último, mutável, ou seja, está sujeito a mudanças à medida em que não atendem mais às demandas universais do humano em humanidade, em superação do homem civilizado.
Valores mudam a partir do momento em que são prejudiciais à vida dos indivíduos, em parte ou em sua totalidade,
sendo causa de mortes via preconceito, discriminação, negligência, abandono, exclusão,
que se baseiam em estereótipos arcaicos, bárbaros e densos,
os quais, à medida em que nos depuramos enquanto civilização e vamos nos tornando humanos (espiritualizados) em humanidade,
vão se tornando menos densos, mais sutis, mais justos e menos impregnados de julgamento, de condenação e de punição,
sendo a aprendizagem, algo a ser repassado com menos barbárie, violência, livre de influências do medo, da culpa, da vergonha,
rumo a uma humanidade onde caráter, valores morais e éticos atendam a livre diversidade sem as amarras atuais,
estas, que privam o humano e espiritual de seu estado de ser humano e espiritualizado,
o qual, ainda tem sido desviado de seus verdadeiros caminhos desde a mais tenra idade, numa privação de si mesmo, para suprir demandas, desejos, expectativas, modelos e normas externos, em negação de si.
Não que deva-se extinguir a ordem e as normas, mas, negá-las a escravizarem os seres humanos, semelhante a semelhante,
em usando-os como ferramentas de transformação de mundo, como o conhecemos, no mundo que consideram ideal, o qual, muitas vezes, foge ao real,
e acabam por destruir a natureza humana e espiritual dos seres, bem como do orbe e meio ambiente do qual fazem parte, onde um ser apenas civilizado basta.
De acordo com o dicionário virtual disponibilizado pelo google,
“os valores humanos são as características que nos diferenciam do restante dos seres vivos e estão relacionados, principalmente, à dignidade e à moral.
Alguns exemplos incluem, honestidade, respeito, responsabilidade, tolerância e humildade.”
E relacionado à inversão de valores, temos, do mesmo dicionário o seguinte:
“ Inversão de valores é quando não seguimos essas regras, infligimos a lei, fazendo o contrário do que deveríamos ter feito. Também, podemos citar o conceito de moral e ética, que também está ligado a este assunto.”
Baseando-nos nestes conceitos, quem está invertendo valores nesta história, os que se dizem cristãos, ou os não cristãos, ou de denominações religiosas outras, cuja crenças são diferentes das crenças ditas Cristãs?
Quem é quem nesta história, é bem mais que achar quem está certo, ou quem está errado, é uma busca consciente de fazer o que é o melhor para a humanidade, indo assim, ao encontro de leis outras,
além das que atribuem a livros denominados como sagrados, como a Constituição de cada país e ou normas Universais pelas quais, estes mesmos países se guiam,
e diga-se de passagem, estão sujeitas às mudanças no decorrer dos tempos.
Infelizmente, a inversão de valores tem ocorrido, do lado que julga o outro lado de exercício da inversão de valores,
ou seja, dos que se denominam cristãos, pois os demais entendem que mesmo sem seguirem a um Deus, ou a uma religião,
valores humanos e espirituais, são uma questão muito importante que minimizam as agruras da existência e nos permitem vivermos melhores uns com os outros, semelhante a semelhantes,
bem como, internamente, em nós mesmos!
Ser bom, ser educado, ser cordial, ser amoroso, ser compassivo, ser empático, ser misericordioso, ser recíproco, saber perdoar, não julgar, não condenar, não punir, não matar,
auxiliar o outro, auxiliar-se a si mesmo, etc., é algo que vamos construindo dia a dia, momento a momento, e independe de religião, de livros sagrados, de leis, de crença ou não crença em um ser superior.
Querer o bem aos semelhantes é como investir no bem que se quer e se espera de retorno,
como fazer aos outros, o que esperamos que os outros façam por nós.
Quando leio sobre Jesus Cristo, vejo, com toda minha alma e crenças, que o mesmo, o fazia assim, livre das religiões e sistemas outros, da época,
e inverter valores, é fazer o que fizeram a Ele, por Ele ter ousado ser quem veio para Ser, e fazer isto com total amorosidade e maestria, ensinando-nos, que também poderíamos ser mestres, assim como Ele mesmo o Foi.
O que nos tem ensinado as religiões cristãs, salvo exceções, é claro, no que se refere às nossas condutas semelhante a semelhante, que ditam fugir à regra da inversão de valores?
O que estas escolas que se dizem de Cristo tem feito, que negam o próprio Cristo, Este, que era para estar vivo em nós, semelhante a semelhante, o qual, Ele próprio, nos convidou a o enxergarmos nos outros?
Quantos males não tem sido feito aos pequeninos, aos enfermos, aos postos à margem da sociedade, estas ovelhas que se desgarraram?
Os desigrejados, por vezes, são mais cheios do Cristo que os igrejados, pois entenderam o que Cristo entendeu à época,
que o templo vivo, somos nós, e não templos feitos de pedra.
E se o outro também é templo Vivo, é cheio deste Espírito, cabe-nos julgá-lo, condená-lo, puni-lo, como que um ser inferior?
Se o fazemos, o vemos como semelhante?
Não temos todos telhados de vidro?
Amar ao próximo como a si mesmo, tem-se feito isto?
Temos entendido e exercido o amor e as leis que se originam destas,
ou temos passado ao lado do homem ferido, jogado às margens do caminho, dando-lhe o valor, como se o mesmo fosse um galho de árvore que se desprendeu do tronco.
Quantos cristãos não tem sido estes carniceiros, esperando que o outro apodreça em uma prisão, que seja, ainda, apedrejado, posto numa fogueira, ou ainda numa cruz,
num tronco, chicoteado, e posto, depois de morto a matéria, nos abismos do infernos?
Tem-se ensinado que o semelhante tem que ser igual, que se anule, bem como,
têm-se querido instituir um só estado, uma só igreja, um só “deus”, uma só nação, um só modelo e modos de ser criança, de ser homem, de ser mulher,
bem como modos de vida, de sentir, de pensar, de agir, e ainda falam de liberdade de expressão, de liberdade outras, quando na verdade, suas palavras são prisões,
são grades, são chicote, são armas e a barbárie insiste, e quem são os anticristos?
Acredito, que os mesmos religiosos que puseram Cristo naquela cruz, e que, a todo custo, o fazem a todos nós outros.
Talvez, apocalipse seja esta convulsão social, seja este casulo, último estágio desta “civilização” que conhecemos, que ousou, e ousa em permanecer igual,
dentro de suas caixinhas adoecidas, conservadoras, apodrecidas em seus valores, caráter e moral, recusando-se a humanidade e espiritualização do ser.
Sobreviveremos a está convulsão planetária e da civilização humana?
Passaremos deste mundo e pessoas densos, bárbaros, inumanos, malévolos, arbitrários, hipócritas, inconsistentes, incongruentes, libertinos, competitivos, ególatras, egóicos,
num vir a ser e estar mais humano e mais espiritualizado, num mundo e pessoas mais sutis, mais leves, amorosos, compassivos?
Quem nega o outro, seu semelhante, quem põe à margem da sociedade, quem julga, condena e pune, sem peso na consciência,
quem se sente bem com a morte do semelhante porque entendeu que ele é mau,
e não tem em si o cristo, Jesus, e nem neste crê, só porque, o mesmo não seguiu o tal padrãozinho?
Quem realmente está invertendo valores nesta história toda, neste processo transitório de civilização humana, para humano, semelhante a semelhante, em humanidade?
Quem não se enxerga no reflexo dos espelhos que são os outros, e não arrumam a própria casa, não voltam o olhar pra si, muito menos para a sua "reforma íntima", se perde em querer mudar o espelho, obrigando o mesmo, a refletir o "eu" refletido de um modo diferente, assim como o que foi refletido vê, a partir de si, o mundo externo, a realidade e os semelhantes.
A cura é dentro, as mudanças do mundo é dentro, quando entendemos que o que vemos no espelho que o outro é, é nosso reflexo, passamos a deixar que o mesmo cuide do próprio jardim, e nos voltamos a cuidar do nosso.
Não que não se deva ajudar o semelhante, mas que ante se avalie:
O outro precisa de ajuda? O outro pediu ajuda? O outro está em condições de pedir ajuda? A ajuda que entendo que o outro deseja, é realmente uma ajuda necessária, ou quero alimentar meu ego?
São tantas questões não é verdade? E tem muitas outras, e como dizer que uma religião ou outra, detém todo conhecimento, toda verdade, e tem autoridade sobre os demais?
Semelhante é semelhante, o que, na balança, por si só, nos iguala, mesmo que sejamos diferentes em muitas formas, modo, maneiras, pensadas e inimagináveis.
Por Adalmir Oliveira Campos
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