Muitas pessoas colocam “culpa” nas pessoas que possuem algum transtorno mental ou de personalidade,
dizendo que são pessoas difíceis de se conviver, algumas, as colocam no mesmo patamar de assediadores, de psicopatas, de pervertidos, etc.,
capazes de cometer as maiores atrocidades, o que é uma completa inverdade e injustiça, diria até, um ato criminoso, pois criam estigmas que perpetuam estas pessoas em sofrimento nos tratamentos insalubres que recebem.
Há casos e casos, e ser uma pessoa de difícil convivência, qualquer uma pessoa pode ser, estando ou não dentro de uma quadro de adoecimento emocional/psíquico.
Infelizmente, o que mais vemos por aí, são pessoas que se dizem sãs, mas estão mais adoecidas que as pessoas que estão em um transtorno psiquiátrico/psicológico,
e as falhas são no caráter, no moralmente a nível universal, pessoas de má índole, conservadoras, “cuidadoras da vida alheia”,
estas, que se intitulam heróis e heroínas, com uma missão de salvar a humanidade "condenada" ao inferno.
Estão na política, estão na religião, estão nos lares, estão nos locais de trabalho, estão nos círculos de amigos, e diferentes contextos dos quais participamos diariamente.
Pessoas que sabem que estão, ou que possuem um transtorno seja mental, seja de personalidade e ou outro,
geralmente, fazem tratamento psiquiátrico, estão medicadas, isso, quando necessário, e mais ainda, fazem terapia, se cuidam, buscam se autoconhecer,
e isto é um grande diferencial entre os que se consideram normais e os que dizem não estarem em seu normal.
Mas como assim?
Pessoas em tratamento, estão se preparando para melhor se relacionarem consigo mesmas, quebrando vínculo com crenças tóxicas, limitantes, invalidantes,
se desvencilhando de preconceitos, de discriminação, de julgamentos, condenação, punição aos semelhantes,
pois passam a entender que, não é fácil pra ninguém esta história de ser e estar no mundo, de vir a ser e estar no mundo,
e que cada um tem um tempo, e que muitos, assim como a gente mesmo, tem que colocar muito dedo na tomada para poderem aprender.
Nem todo mundo aprende com as experiências alheias, as que nos são passadas de geração a geração, os mecanismos internos de aprendizagem são diferentes de pessoa para pessoa,
pois é sobre como estas veem o mundo e as pessoas, como agem, reagem, ou interpretam, dá significados, e assim por diante,
sob ótica pessoal, interna, subjetivas, como os recursos adquiridos, reforço, a partir de si mesmas.
Não tem como homogeneizar como se alcança o conhecimento!
Autoconhecimento é uma ferramenta que trabalha internamente e externamente, são possibilidades de também enxergar os outros como estes são,
e não mais como espelhos, um reflexo de quem se é.
Brinco muitas vezes que os sãos, são os enfermos e que os enfermos, são os sãos!
E os que não reconhecem isso, estão se colocando a perder, e forçam aos outros a se perderem,
pois querer impor aos outros um viver que espelhe e alimente seu Ego, suas vontades, suas crenças, seus valores, seu caráter, sua moral, suas expectativas, seu modo de pensar política, Deus/Religião, etc.,
faz da terra, das convivências, verdadeiros inferninhos.
Se você conhece bem a pessoa com deficiência, pessoas neurodivergentes, com transtornos mentais e ou transtorno de personalidade, com síndromes e outros,
bem como, o que nos leva as identificarmos assim, e estas a se identificarem assim,
com certeza, teremos com os mesmos, uma boa relação/convivência, pois saberemos como agir e reagir, sobre o que é das mesmas, ou uma característica do que lhes acomete.
Por exemplo, se você sabe que a pessoa que você se relaciona tem problemas com rejeição, problemas com o medo da perda, se tem medo da solidão,
ou de ficar sozinha, de abandono, ou esteja passando por uma crise, esteja em carência/dependência emocional,
e mesmo assim, age de modo que a deixe desconfortável, que a deixe insegura, que se sinta invalidada,
ela agirá/reagirá de alguma forma para se “defender”, consciente ou inconsciente,
e as respostas nem sempre são desprovidas de irritabilidade, de raiva, de desejos de vingança, etc.,
mas isso significa que ela é a pessoa difícil, ou de difícil convivência?
Quando falamos de relacionamentos, sejam familiares, de amizade, de trabalho, religiosos, etc.,
estamos falando de convivência entre pessoas, cuja responsabilidade deve ser mútua, recíproca, se não, tende a entrar em situações desgostosas, infelizes, conflituosas.
Não que precise pisar em ovos, mas que se comuniquem de modo saudável,
deixando claro o quanto são importantes, que reconhecem suas dores, que respeita seu estado de vulnerabilidade,
que isto não será usado contra ela, que é válido o que ela experiencia, etc..
Se sabemos que cutucar a casinha do maribondo o deixa agitado e o coloca em situação de guarda e proteção da casa, o faremos?
Isso vale para o humano em si!
Eu, por exemplo, tenho uma bateria social que se esgota em média de cinco horas de uso, a depender se em crise ou não,
podendo ser estendida se estiver em um espaço que me sinta acolhido, validado, querido, me sinta confortável,
fugindo disto, ela pode se esgotar em uma ou duas horas, ou menos, e insistir, causa desconfortos internos, irritabilidade, nervosismos,
dispara gatilhos colocando o corpo todo em situação de alerta, de perigo, de fuga.
Se eu respeito o modo de funcionar do outro e o outro respeita o meu modo de funcionar, com certeza, ambos, seremos pessoas fáceis de se conviver,
e com diálogo, resolveremos mais fácil e rapidamente certos conflitos, que quer queiramos ou não, acontecem em todos os tipos de relações.
O que magoa o outro, o que o irrita, o que desperta gatilhos emocionais/psicológicos e leva a pessoa a estar em situação de sofrimento, ou a reviver flashbacks emocionais, etc.,
devem ser observados, pois quem quer bem, quem ama, cuida!
E o ideal, é que todos se cuidassem, buscassem autoconhecimento, uma auto análise, buscas estas de construção, desconstrução, reconstrução de si,
pois a tendência, é sermos o mesmos em essência, mas diferentes a cada espaço e tempo em que aprendemos mais, crescemos e evoluímos enquanto seres humanos e espirituais que somos.
Só para lembrar, ninguém é o diagnóstico, o diagnóstico só é um meio, um recurso para poder ajudar a pessoa a se cuidar melhor, a se entender melhor,
a se relacionar melhor consigo mesma, bem como com os seus semelhantes, sejam estes mais próximos ou mais distantes.
E você, o que pensa a respeito? Comenta aí!!
Por Adalmir Oliveira Campos
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