Maia e Merlin, os gatinhos de estimação aqui de casa, continuam nos ensinando através de suas vivências,
mini arquétipos de doçura, amizade, companheirismo, energia, vitalidade, animação, empolgação, e muito mais.
Ora ou outra, estou aqui, a redigir um texto com as lições destes dois mini mestres da sabedoria animal.
(Seres puramente irracionais e guiados por instintos?)
Dizem que são seres muito evoluídos, que transmutam as energias densas e insalubres dos ambientes onde eles e seus donos habitam,
em energias mais sutis e saudáveis,
e realmente, suas presenças alegram bastante o dia, quando não, nos estressam também,
pois são tão elétricos que não param nenhum um instante, ou melhor, somente quando estão exaustos, e fazem muita bagunça.
Nas sessões de terapia, aprendemos muito também, bem como, uma das coisas que eles nos lembram todos os dias, que é sobre que:
o óbvio tem que ser dito!
E que não podemos ficar esperando que as pessoas adivinhem nossas necessidades e expectativas, e venham atendê-las prontamente.
E nem eles!
Merlin e Maia, se mostram tão amáveis, e quando confiam, demonstram suas vulnerabilidades com uma invejável confiança,
assim, como se fôssemos um pai amoroso e incapaz de lhes fazer qualquer maldade,
coisa tão difícil de encontrarmos entre nós, os seres humanos, nos dias atuais, não é verdade?
Hoje em dia, é até difícil fazer caridade, prestar ajuda ao próximo,
como dar uma carona por exemplo, pois não se sabe em quem confiar, o que podem fazer com a gente, pois,
infelizmente, maldade não tem rosto, não tem classe social, não tem status, não tem um estilo de roupa, dentre outros aspectos e características.
Da parte de Merlin e Maia, são entregas sem medo de ser abandonado, entregas sem medo de ser traído, entregas sem medo de ser julgado, entregas sem medo de ser invalidado,
entregas sem medo, se caso se faça algo que fuja ao esperado, um "erro", de não ser perdoado,
entregas, feito as que Jesus orientou por através de suas parábolas,
as quais, falavam de aliviar fardos, deixar ombros leves, livrar das opressões, das prisões, da cruz, da servidão, dos sacrifícios, do martírio,
feito aqueles passarinho e lírios dos campos, sem medo do amanhã, sem medo das faltas, sem medo das fomes, sem medos de não ter como se agasalhar, de não ter com quem contar...
Tão diferente do que pregam os cristãos da atualidade, estes,
que somente pregam sobre demônios, fim do mundo, infernos, levando medo, confusão, culpa e vergonha.
E o que estes gatinhos, danadinhos, tem mais a nos ensinar, de modo que, como dito, não pode ficar como mal dito, sendo assim, o óbvio dito?
Quando se sentem carentes, quando se sentem sozinhos, quando querem colo, quando querem aconchego, quando querem comida ou água limpa, quando querem um pouco mais de nosso tempo e nossa atenção,
eles chegam, sem discrição, nos rodeiam, passam por entre nossas pernas, pulam as janelas, vão ao encontro, miam e pedem, fazem-se entender.
E quantos de nós, fazemos o oposto, nos isolando, dizendo está tudo bem, que não é nada não,
que é impressão dos outros, etc., etc.?
Não dizemos o que é óbvio, quiçá o que não é, como que, todos tivessem bolas de Cristal,
ou fossem adivinhos, lessem mentes, entendessem sobre o outro, sobre suas necessidades,
e estivessem em prontidão a atendê-los, sem que estes, precisassem pedir, feito verdadeiros anjos da guarda.
Nem todo mundo é empata, empático, atento, observador, dedutivo, sensitivo, etc.,
para assim, entender e atender quase que, intuitivamente/prontamente, o outro, suas necessidades e assim,
ir ao encontro, a atender!
Os animais, como os gatinhos, Merlin e Maia, os cachorros, e outros animais domésticos,
estão sempre à espreita, nos observando em tudo que fazemos, onde vamos dentro de casa, nossos movimentos,
tons das falas e voz, expressões faciais, etc.,
estando estes, geralmente afinados a nós, e sabedores de como nos encontramos em dado momento,
e muitos, se colocam mais atenciosos, carinhosos, quase que, como a querer acolher, dar suporte, validar, abraçar, etc.,
coisa que precisamos muito aprender com eles também,
pois na maioria das vezes, estamos distraídos, desatentos, mais preocupados com questões internas, com as próprias vontades, necessidades, nutrição de si, que a de nossos semelhantes,
ou seja, é um exercício necessário, que, enquanto não fortalecemos em nós,
que possamos dar voz, expressar sem medo e pedir socorro, pedir colo, pedir abraço, pedir beijo, pedir sexo, pedir amor, pedir atenção, pedir carinho, etc.,
bem como devolver em contrapartida, em sendo recíproco.
Até quem sabe um dia, em sintonia, em conexões mais sutis e às claras, semelhante a semelhante, não seja mais necessário pedir.
Acolher as vulnerabilidades, se deixar acolher, trocar apoio, segurança, cuidados, amor, validação, etc.. é mais que obrigação, é amor em ação.
Por Adalmir Oliveira Campos
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