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sexta-feira, 19 de maio de 2023



Fui procurar o CAPS aqui de minha cidade, aconselhado pela psicóloga que me atende, e me vi em um lugar nada acolhedor. 

Fui muito bem recebido pela secretária da recepção e pelo enfermeiro que pegou meus dados, mas ao ser passado para a triagem/acolhimento, 

deu para perceber o total despreparo do enfermeiro.

O próprio nome já diz tudo, acolhimento, é um lugar para se sentir acolhido, seguro, validado.

Chegar ali, já foi difícil, estar por alguns instantes naquela sala, estarrecedor!

O mínimo que se espera, é não ser julgado!

Foi a segunda vez que busquei a unidade, a primeira, ainda no prédio antigo, quando, me negaram atendimento, dizendo que eu não estava em situação de crise.

(O que é situação de crise? Como prever se a pessoa está ou não em crise em uma simples "acolhida", visto que muitas vezes, a crise é interna, não visível?)

A avaliação seguiu de forma descuidada, onde o mesmo foi fazendo pontuações através de observações em meu físico, modo de vestir, (bem alinhado/vestido)

e foi falando em voz alta, “aparentemente bem vestido, bem cuidado”, fala coesa, demonstrando bom raciocínio e lógica, 

e aí, já me senti como na primeira vez, desconfortado, com pensamento que seria novamente “rejeitado” ao atendimento na unidade, 

e questionei o posicionamento dele, sobre estas falas, pois achei muito capacitistas, excludentes, visto que, isso não caracteriza se a pessoa está ou não em sofrimento, 

doenças mentais e ou de personalidade, o sofrimento é interno, e estar em crise, nem sempre diz que a pessoa está fora de si, seja em neurose ou psicose, termos que muitos médicos ainda se utilizam.

Há pessoas em crise, que estão sorrindo e se despedindo aos poucos de amigos, de familiares e feito isso, sem mais alardes, cometem suicídio, 

coisa que não fiz em outro momento, pois estava em tratamento com psicóloga no particular.

Ele veio desconversando, dizendo que não tinha dito aquilo, que eu que tinha entendido errado, e que se ouve erro no acolhimento passado, não foi erro do mesmo, pois, à época, ele nem lá trabalhava.

E fez uma pergunta meio estranha, sobre o que eu esperava do atendimento do CAPS, da unidade, 

e eu disse que esperava o que eu não estava/estou conseguindo pela unidade de saúde, “postinho” (aguardando um médico psiquiatra e psicólogo pela rede municipal, já, a quase um ano), 

que é o tratamento e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, que me ajude a sair da situação de crise e voltar à minha rotina “normal”, ou seja, 

voltar a me socializar, ao trabalho, etc., o mesmo disse que estou confundindo o atendimento do CAPS com o atendimento do médico psiquiatra e psicólogo particular, 

que é ir lá, ser orientado e medicado e depois ir pra casa, que lá não funcionava assim, que lá, é um atendimento de quem está em crise, e que saindo da crise, a pessoa recebe alta, 

e vai para o postinho, que era um atendimento para evitar internamentos e outros.

Desde o início, ele deixou pistas que eu não seria acolhido ali, e eu o questionei novamente, e ele me disse que eu estava entendendo errado, que a entrevista de acolhimento nem tinha terminado, e ele não tinha concluído, um pouco exaltado.

Questionei o mesmo, que diante do encaminhamento da psicóloga, queria ainda, averiguar, me questionar se eu me achava em situação de crise, 

foi quando perguntei ao mesmo se ele sabia o que era Transtorno personalidade Borderline, Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno Mental/Emocional Bipolar, Depressão Recorrente, 

e o mesmo, disse que claro que sim, mas não me convenceu muito, e se enrolando na fala, dizendo que eu estava distorcendo as coisas, que ele não tinha falado certas coisas,

e acabamos por nos desentender e ele teve que direcionar para outra pessoa dar continuidade ao acolhimento, 

isso, quando eu tinha dito pra ele deixar pra lá, que eu continuaria meu tratamento como vinha fazendo até então, com certa dificuldade, 

pois é um tratamento caro, e como não estou conseguindo realizar efetivamente minhas atividade laborais, está ficando difícil e espaçado/defasado o tratamento.

Eu disse ao mesmo que ele deveria ter um pouco mais de conhecimento a respeito das doenças mentais e de personalidade, 

que por si só, já dão indícios suficientes, se a pessoa, ao procurar ajuda, está em situação de crise ou não, 

sendo que, dependendo do momento em questão, as crises vão e vem em um mesmo dia, e o tipo de acolhimento, ou a falta de um bom acolhimento, pode ser um gatilho desencadeador de crise, 

o que, aconteceu, pois cheguei em casa, em situação pior que a de quando lá cheguei, isso, por ter sido um custo ter conseguido unir forças para buscar esta ajuda.

A psicóloga chegou e foi se apresentando, com um olhar mais meigo e acolhedor, e me ouviu com atenção, embora a esta altura, eu só queria sair daquele lugar, 

pois não é um lugar que eu queria estar frequente duas vezes por semana. 

Ao sair da sala, vi que tinha um guarda na entrada, o que, me causou maior desconforto ainda, 

o rapaz deve ter dito que eu era "violento" ou sei lá o que, isso, é uma dedução minha, não sei se ocorreu de fato, 

mas me senti assim, como que, o que ocorreu no "acolhimento", de certo modo, já tinha vasado por toda a instituição.

Nem tive coragem de ir à consulta médica que ela tinha marcado pra hoje. 

Não dormi parte da noite, não tinha conseguido jantar, tamanha a ansiedade, e fica o pensamento a cerca desta situação, sob o que é uma crise?

Tem a instituição, se guiado por seus princípios (universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social) 

para com as pessoas que não possuem uma crise aparente,? Tem, estas,  recebido a devida atenção, acolhimento, suporte?

Crise, é m estado extremo onde a pessoa chega carregada por um familiar, sendo incapaz de conduzir-se a si mesma em uma consulta médica ou a uma sessão de acolhimento, 

(Contém gatilho no próximo parágrafo)

ou ainda, uma pessoa em situação crítica de auto mutilação, ou com uma arma na cabeça, querendo tirar a própria vida?

Mas situações críticas, emergenciais, não seria caso de uma internação, de ir para um pronto atendimento? 

O CAPS, não seria para prevenir transtornos maiores, suicídios, mutilações, dentre outras crises, que causam sofrimento maior?

Pessoas com transtorno de personalidade Borderline, ao que entendo, bem como com Ansiedade, Depressão e outros causados ou não por outros transtornos, 

necessitam de uma rede de apoio constantes, pois volta e meia, pode acontecer de entrarem numa crise, portanto, uma equipe multidisciplinar, que os ampare, bem como a família, por si só, já demonstra um fator de risco/crise a ser observado.

Se é considerado crise, pessoas fora de si, de seu juízo “normal”, declaradamente dependentes, entendo que algo errado não está certo!

E vamos que vamos como dá, do jeito que tem sido, do jeito que tá, com esperanças de ficar melhor sem precisar depender do Estado.

Por Adalmir Oliveira Campos

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