É muito fácil falar de certas coisas pelas quais não passamos,
e darmos pitaco de possíveis soluções a elas, quase que, como experts no assunto, por vezes, num julgar constante, com a desculpa de garantir ao outro o céu que se julga já ter obtido.
Hoje vi um comentário nas redes sociais e ao mesmo tempo que ri do mesmo, me coloquei em reflexão a respeito,
vendo ali, um dos causadores de agravamentos de conflitos nas relações semelhantes a semelhantes,
o “julgar” constante, contínuo, rumo ao infinito, um julgar e descansar, julgar novamente, repousar, voltar a julgar, e assim, num julgar massivo, mortífero.
E quem deu a estes tal poder e autoridade? Alguns dizem que "tá na Bíblia!"
Dizem e repito, o planeta terra deveria sim, ser um SPA e não um campo de batalha,
alguns dizem que não viemos a passeio, e afirmam que viemos para travar lutas constante em prol da sobrevivência
e a vida fica pra depois, pois dizem que o termo usado por Jesus,
defende que felicidade e vida, não são para este mundo, ou melhor, para o mundo daquela época.
Foi-se, Ele, preparar outras moradas, e a semente foi lançada em sua vinda!
Está escrito, e apocalipse não é coisa de Deus, nem de Jesus,
é falta de consciência de semelhante a semelhante, num cuidar recíproco, inclusive com a Mãe Terra.
Se até na oração do Pai Nosso, "é seja feita a Vossa Vontade assim na Terra como nos Céus," não seria uma invocação a fazermos aqui também, este céu?
Céu, não é uma construção física, feita de materialidade, de solo, de templos, de paredes, de tetos, telhados, muros, etc.,
e sim, um “despertar” para uma mente, emoções, sentimentos, pensar, agir, reagir saudáveis, numa conversão tão saudável quanto,
fazendo das relações semelhante a semelhante, relações harmônicas, onde vibram o amor, o respeito, a empatia, a compaixão, a misericórdia, o perdão,
o acolhimento, a inclusão, a integração, a validação, a aceitação...
Mundo como um SPA, não seria um mundo de não fazer nada, mas um mundo onde o fazer é livre, é de construção saudável, sustentável, ser a ser, semelhante a semelhante,
tudo isso, atrelado ao meio ambiente, do qual também fazem parte, num cuidar de si, num cuidar do outro, no um pelos outros.
Alguns afirmam que é hospital, que é escola, que é “prisão”, e se assim o vemos, nosso planeta atual, precisamos rever nossos conceitos de hospital, de escola e de prisão,
pois se a sociedade/civilização/humanidade, se encontra tão ainda, em barbárie, em guerras, em violência,
gerida pelo medo, pela culpa, pela vergonha, alguma coisa errada não está certa.
Precisamos construir uma base sólida, de valores, moral, de caráter e ética Universais,
que abarquem as diferenças que nos tornam semelhantes e não iguais,
pois iguais, é negar a individualidade, a personalidade, a individualidade, de cada um, tão semelhantes em relação ao Criador,
como qualquer outro, tendo cada um as suas peculiaridades.
Valores, moral, ética, caráter Universais, não quer dizer somente que tudo nos é permitido,
mas sim, que o é, mas nem tudo nos convém!
Embora, tenhamos que estar atentos, pois este constante julgar e julgar, mal embasado, mal fundamentado, mal estruturado, mal pensado, mal elaborado,
centrado em estereótipos, em crenças ultrapassadas e limitantes, com vieses carregados de preconceito e discriminação, só geram neste planeta campos de batalha.
Não matar, não roubar, não se responsabilizar pelo Todo e por Todos,
deveriam ser as únicas negativas a serem condenadas e abortadas em suas raízes!
Digo matar, roubar, não se responsabilizar, não em termos genéricos,
mas em termos profundos, que vão além das palavras, pois se mata, se rouba, não se responsabiliza de infinitas formas, modos, maneiras,
e os seres humanos/espirituais, em boa parte, são mestres nisto, e infelizmente, são os religiosos, alguns que se denominam cristãos.
Sendo o cisco no olho do outro o problema, e não a trave sobre os próprios olhos.
Cegueira que fala?
Um planeta SPA, nos trás condições e certa calmaria, menos correria, menos competição, menos tribulação, mais recursos saudáveis, de modo que, possamos agir em prol de busca de solução aos conflitos globais, de um modo também saudável,
e isso exige um comprometimento integral, semelhante a semelhante, quase que, por assim dizer, num entendimento de Família Universal, termo cunhado por Leonardo Boff e outros, em diversos estudos.
Como diria Zygmunt Bauman: vivemos tempos líquidos, de relações líquidas, fluídas, ou seja, não se apegue, que vai dar perrengue,
Mas, levando mais para outro sentindo, porque não seguirmos o fluxo, porque não mergulharmos uns nos outros, nos misturarmos, aproveitando que são líquidas,
mas sem nos perdermos, e sermos, assim, este tudo e todos junto e misturados, onde ninguém larga a mão de ninguém, onde sejamos bons samaritanos uns dos outros, uns para com os outros e vice versa?
Por oras, temos sido Judas a trair com beijo na face, e com um abraço, apunhalando pelas costas, como Pedro, negando uns aos outros, como Tomé, duvidando uns dos outros,
sem confiar, sem acreditar que são, quem são, um ser a parte, e que ainda, embora sobreviventes, “vivem” ali,
nestas condições de ser e estar, vir a ser e vir a estar, a que, todos nós estamos sujeitos.
Sejamos todos um mar, ou um oceano, ou Toda a água existente,
mas sem nos esquecermos das gotinhas semelhantes que somos umas das outras,
e que merecemos Todos, os mesmos cuidados, pois um mar ou oceano poluído, tem essa poluição matando todo ele, gota a gotas.
Um planeta tipo campo de batalhas, é um planeta onde impera barbárie, competição, comparação, e ninguém abre mão, ninguém quer ficar por baixo,
e meritocracia, é apenas uma liga para uma massa de concreto que engessa as massas, impedem evolução, progresso, ordem, amor, paz, harmonia, reciprocidade...
Um, gera céu, outro, gera inferno e somos estes, ora demônios, ora deuses, a convocar, um ou outro,
num ledo engano, que vamos para um, “céu”, e os outros para o outro, “inferno”,
quando na verdade, não é bem assim que funciona,
pois é sabido que nenhuma ovelha ficará para trás, e não me venha com esta de bodes, pois não somos feitos à imagem e semelhança do Criador, pode um ser bode e outro ovelha?
Desde criança aprendi que se pune e se combate e se extingue o pecado e não o pecador.
O mar ou oceano que vamos nos entendendo e nos formando, estarão poluídos ou menos poluídos, à medida que nos inclinamos, para um, ou para outro, sendo:
mais para infernos, em caso de poluídos, e mais para céu, quanto mais o despoluírmos.
Mas aí vão dizer que é o pecado que poluí, mas diremos, que pecado é esse?
É o que se baseia num conceito arcaico de tempos, valores, moral, ética, caráter, que como roupas podres não nos servem mais, na atualidade?
Acredito, que assim o seja!
Matar, roubar, não se responsabilizar, semelhante a semelhante,
são os maiores pecados a combater, e não as gotas do oceano.
Tem gente que luta pra fazer do planeta terra um SPA, e tem quem luta para fazer dele um campo de batalha, em qual destas duas categorias você se encaixa?
Eu tento me encaixar na primeira, embora seja como passar um camelo pelo buraco da agulha, mas a gente consegue!
Por Adalmir Oliveira Campos
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