Tem muitas palavrinhas querendo formar texto em minha mente,
tem noites, que mal consigo dormir, tanto que a máquina de minha mente se põe a funcionar...
e lá são oras para funcionar?
Mas como controlar o que já fugiu ao controle quando ainda bem pequeno?
É de pequenino que se desentorta o pepino, já dizia o ditado!
Controlar as emoções, em aceitando-as, entendo-as, e as liberando de modo saudável,
é algo que deveria ser aprendido lá na infância, ou melhor, desde a gestação.
Somos estas anteninhas parabólicas que vão captando tudo, todos os sinais, vibrações, movimentos que ouvem, veem e sentem ao redor,
e alguns, por terem uma maior sensibilidade, as captam desde muito cedo, e sofrem com isso,
por não entenderem o que está acontecendo, e mais ainda, quando são invalidadas, sem uma orientação saudável e adequada.
É tanto para aprender de um modo saudável, e tantos sem recursos suficientes para tal, e de geração a geração, a maioria só repete os scripts.
Somos dotrinados a sermos como o mundo deseja, indo contra os próprios desejos, sonhos, projetos, que liberdade, é uma conquista que se adquire caso se torne um deles,
e valerá a pena?
Desde criança, temos sido ativados ao modo sobrevivência, ao modo “perigo”, ao modo vigilante, ao modo alerta, um sinal vermelho que de tanto ser acionado,
passa a funcionar no automático e assim, viram um transtorno, uma síndrome, algo que foge ao controle, e não cuidado, vira patologia no futuro.
Somos tratados desde crianças, como almas encarnadas que acabaram de chegar de um julgamento,
onde os crimes foram tão bárbaros, que a punição é a prisão terra, como se esta fossr a última oportunidade para reabilitação,
um verdadeiro campo de guerra/batalha, onde vence os mais fortes, os mais preparados, os mais competitivos, os mais bem equipados, etc..
Sobrevivência, um constante faz de conta de viver,
uma busca incessante de uma felicidade que nem é desde mundo, ou que assim nos fizeram acreditar,
ou melhor, em assim sendo, do que adianta buscar, procurar, se não é deste mundo, não a encontraremos, de qualquer modo,
sofrer é a palavra que move o mundo, as aprendizagens, o conhecimento, a evolução, ao menos, é o que dizem!
Engole o choro, chorar é para os fracos, você é um menino (a) forte, não precisa chorar deste jeito, sempre foi assim,
você é muito rebelde, não fala assim, você vai me responder é, criança não tem voz, nem vez,
aqui sou eu que mando, me desobedece pra ver!!
Sobrevivência, é uma vida de escravidão, uma vida onde nos escravizamos uns aos outros em nome de outros que estão acima,
em situação melhor, mais próspera, abundante, mais rica, mais feliz,
e quem sabe um dia não chegaremos lá?
Sobrevivência é prisão, é corrida dos ratos, eu até vi no filme Matrix, escravidão,
e o que a gente faz quando se torna consciente de tudo isto?
Dizem que não tem como voltar atrás, e o ruim mesmo, é que parece que tudo emperra e a gente descobre que também não tem jeito de ir pra frente,
talvez, a esperança, de ir-se para dentro, para dentro de si.
A realidade não existe, não é o que falam?
A realidade é criação mental, uma energia materializada e este Status Quo, ora vigente, é criação destas, materializadas,
e se assim o é, o que nos impede de mudá-la, de nos permitirmos liberdade, um mundo livre, pessoas livres, e felicidade,
possibilidades infinitas de bem viver, de viver, vivenciar, experienciar, sem tanto ralar ostras, sem tanto sentar em formigueiros, sem tantos cortes em peles,
que podam asas e almas, e personas em seus vir a estar, e vir a ser no mundo.
Prisão uma ova!
Se eles podem ter, ser, estar felizes, porque não todos?
Não somos nós, semelhantes uns dos outros?
Não temos nós os mesmos direitos, as mesmas obrigações?
Ao menos se entende que sim, só que não, não na realidade chamada Matrix.
Sobrevivência pra muitos, e vivência pra poucos, é o que, se não escravidão,
e agora?
O que fazer quando a caixa se torna pequena, que não cabemos mais nos moldes, os esteriótipos não caem bem,
e a "minha" existência exige se “importante”, notada, notória, peculiar, subjetiva, não homogênea, não heteronormativa,
não preconceituosa, não homofóbica, não misógina, não a tanto que nos obrigam a dizer sins.
Fazer o papel de que está tudo bem, nos salvou na infância, mas nos salvará por toda a existência?
Até quando sustentar tanta hipocrisia, se é que esta é para ser sustentada, não é verdade?
E é a verdade que salva?
E se salva, não liberta?
E vida, é esse voar passarinho, é ser lírios no campos sob o correr dos ventos...
Sobrevivência, foi moda por tanto tempo, que doeu demais a existência, esta vida não vida, não vivida,
e fazer nada, é, ao que a depressão, a ansiedade, a fibromialgia e tantas feridas, traumas e dores nos chamam quase como um mantra,
um grito antes do último suspiro, um não dá mais pra continuar a sobreviver,
até lagartas voam um dia, e vão para os céus!
Neste corpo adulto, ainda tem uma criança que chora tantas dores que escondeu por não suportar,
ou os papéis de adultos que foram obrigados a sustentar,
quando os adultos curavam, ou ao menos acalentavam e assopravam as feridas de suas próprias crianças interiores, que lhes impediam de serem adultos saudáveis.
Uma semente impedida de germinar, ou forçada a dar frutos, os quais não veio para dar,
morre ou se torna infrutífera, ou dá frutos ruins,
e o que dizer da maldade que dizem ser coisa dos fins dos tempos,
mas que não passam de um querer de escravidão eterna, pois beneficia os donos do mundo,
e os lázaros, se sustentam como podem, com as migalhas,
e ainda dizem que precisam ser agradecidos, pois no céu a morada para estes, são inversas às daqui,
quem teve pouco, terá muito, quem muito teve, terá pouco,
mas, e se não for mais uma das enganações pra nos acomodar, e continuarmos escravos?
Vale trocar a vida, a vivência por sobrevida?
E se for a nossa única oportunidade?
Liberdade!!
Já gritaram as trombetas, a muito tempo,
e o apocalipse nada mais é, que uma tentativa de ruptura, no que querem pôr como eterno.
Liberdade, é voar passarinho fora da gaiola, e gostar, e se sentir merecedor,
e saber que nada vai faltar, e se faltar, o que fazer para ter... é saber viver...
Por Adalmir Oliveira Campos
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