A hipocrisia dos que se dizem cristãos, mas agem feito verdadeiros Anticristos,
tem sido crescente ao longo da história, e este crescimento tem encontrado terreno fértil no medo, na culpa, na vergonha,
de almas simples, que não se encaixam neste orbe, no modo como a sociedade tem se organizado, num dizer "homem/mulher" civilizados,
muito distante do humano, em um viver em humanidade.
A maldade corre solta, ainda, em nome de Deus, num fazer inferno na vida uns dos outros, sem falar que, nas próprias vidas em questão,
visto que, a falta de autoconhecimento, conhecimento do outro, sentimentos de vazio, não pertencimento, de não amor, de não validação,
de eternos seres errantes e pecadores, mergulhados em sentimentos de que são indignos e merecedores dos julgamentos, condenação, e punições “eternos”, fortalece tais crenças.
Pessoas tem sido armas em punho, engatilhadas, prontas para atacar e contra atacar,
em tendo ouvidos para ouvir e escutar, e não ouvirem e nem escutarem, olhos para ver e enxergar, e não verem ou enxergarem, sentidos para sentir e perceber a realidade exterior a si, e em si, e não sentirem nem a perceberem,
não a entenderem, não a compreenderem, muito menos, a natureza de como tem sido conduzida a civilização humana desde os primórdios, sob efeito de cortina de fumaça, jogos de ilusões, sombras, luz, fogos, pão e circo.
Feito ratinhos de laboratório, entendem, os “senhores do mundo”, estas massas,
e assim, a conduzem a bel prazer, nos morde e assopra, em estímulos e respostas, cujo ganho das migalhas, os leva a um contentamento primário, a satisfazer as necessidades básicas de um modo precário,
embora, entendidos como suficientes, conforme as crenças, os entendimentos, a educação/doutrinação a que são/foram (somos) expostos.
Primeiro, falsa sensação de liberdade, depois água e comida, uns joguinhos, entretenimento, distrações,
e viver se torna esta constante busca da felicidade, uma busca de estar no topo da pirâmide, fazer parte dos que estão por cima, e de caça, a caçador!
Não admitem que o mundo está enfermo, pois extraem do mesmo, todos os seus recursos, e fazem o mal uso, em satisfação egoísta do que lhes satisfaz o ego, fugindo às responsabilidades dos monstros que criam,
e crescem como uma bola de neve a rolar montanha abaixo, e quem vai sentir o impacto, se não Todos, bem como o solo, do qual, subtraem o sagrado?
Ser Cristão hoje em dia, é trabalho hercúleo, e não me vem falar que sou muito pessimista e ou negativo,
quando na verdade, tenho buscado ser realista, jogar luz, onde poucos querem enxergar, ou ver, pois a escuridão lhes nega as vistas,
o que, sugerem não suportar, pois é tamanha as desumanidades, as atrocidades, as barbáries que ainda existem mundo afora, que deixaria muitos adoecidos, em choque.
Ser cristão, é questão que vai além de escolha, requer vontade, requer conhecimento, requer fé, esperança, requer ação e transformação diária, requer ir além das aparências de ser de bem,
ou seja, requer bondade genuína, sem olhar a quem, livre de interesses e ou trocas, escambos egoístas em nome de Deus, quando não, com o próprio Deus, Universo, etc..
Ser Cristão, vai além das paredes das igrejas, dos templos, dos centros espíritas, de denominações outras,
é regra para o dia a dia, livre de máscaras, não importando os contextos, com quem se relaciona, num fazer diário, no trânsito, no lar, no trabalho, etc..
Sem que para isto, se perca a individualidade, a própria personalidade e subjetividade, essência/alma, o que nos torna únicos.
Não é coisa tão simples, como dizer eu “creio”, ou orar, cantar hinos ou salmos,
é um buscar entrar nas sintonias, nos modos de pensar, de sentir, de criar, de agir, reagir do grande Universo/Deus, buscando uma harmonia com o mesmo, em si, com os semelhantes, com a morada corpo, e terra que por hora habitam.
Não matar e amor, são duas regrinhas Universais, que tem sido mal entendidas a milênios, mal compreendida, mal validada, mal respeitada, não aceita, mal aplicada, e o que se vê em contrapartida?
Uns contra os outros e contra si mesmos, em autodestruição, em dinâmicas adoecidas, destrutivas, de julgamento, condenação e punição,
como se Deus, fossem, e se o próprio Deus, não o faz, porque, nós, semelhantes a Este, pequenos, ainda alheios a tanta coisa, ignorantes, diria ingênuos, nos colocamos em tal posição?
Um mundo onde não se pode confiar uns nos outros, muitos, nem em si próprios, por medo de retaliação, por medo de traição, por medo de ser ferido, abandonado, rejeitado, traído, invalidado, humilhado, injustiçado.
E quantos, com tantas feridas ainda abertas, traumas não superados, não ferem aos outros, e a si próprios, num revelar a própria dor, como que, um pedido de socorro, alguém que cuide, que olhe com olhos de ternura, de acolhimento, de validação,
assim, como homens e mulheres feridos, moribundos, à margem do caminho, à espera de samaritanos nestes próximos, semelhantes, que os veem como algo ou alguém de outro mundo,
que passam e seguem adiante, e logo se esquecem, sem o mínimo de amorosidade, respeito, compaixão, empatia...
Sempre brinco, que os fariseus de outrora, encarnaram todos nos tempos atuais, os quais vivemos, e ainda se entendem como os fariseus de outrora,
colocando os não fariseus, em fila, em ordem, rumo ao calvário e cruz, os Cristãos, que por vezes, nem conhecem a Cristo, mas o vivem, como se Cristo fossem,
e são perseguidos como o próprio Cristo o foi, por não se adequarem ao Status Quo, o qual, querem manter vigente.
Se julga, se condena, se pune, se deseja o mal do outro, pena de morte, etc., pode-se dizer qualquer coisa, menos ser de Cristo, ou ainda, ser Cristão.
Por Adalmir Oliveira Campos
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