Se tem uma coisa que eu aprendi com a vida,
é que pra existir, não preciso que acreditem em mim, e sim, que eu saiba da minha existência e acredite nela.
Os outros, na minha história, são coadjuvantes,
e talvez, caso escolha, e elas também, podemos ser coadjuvantes nas histórias uns dos outros e fazermos belas histórias e viagens juntos.
As viagens acompanhadas são interessantes, e podem contribuir para uma existência mais colorida,
somos seres relacionais, embora, em alguns momentos, nos bastamos a nós mesmos.
Mas claro que, para que isso aconteça, não nos apaguemos, e nem nos deixemos apagar.
Somos livros vivos, que valem a pena serem lidos, e continuados a serem escritos,
somos esta viajem que escolhemos fazer todos os dias!
E quem nos lê, tem o privilégio de viajar em nós, e se nos permitem lê-los,
também temos o privilégio de viajarmos neles, e vice versa.
É realmente linda esta viajem semelhante a (com) semelhante, não é verdade?
Interdependência, é diferente de dependência ou codependência,
é a parte da história onde cada um cumpre com o seu papel, sem que para isso, tenha que seguir scripts escritos por outros,
o que entendemos como vontades alheias, expectativas, o tão comum dito popular "o que vão falar, o que vão pensar",
E dar ouvidos a isso, é depender dos outros para existir e fazer história.
Talvez ninguém me leia, mas isto não me impede de escrever-me, e de escrever,
pois não é sobre quem me lê, mas, sobre quem me conheço quando escrevo,
e escrever é falar de tudo, de todos, e principalmente de mim.
Escrever é um ato cheio de encantos, de mistérios, é algo que sai consciente, inconsciente e por vezes,
nos pega de surpresa ou desprevenidos...
Nem sempre escrevemos porque gostamos, ou sobre o que gostamos, e em alguns momentos, nem sequer sabemos porque escrevemos.
E a vida, nossas viagens terrenas, não são assim,
inconstantes, oras turbulentas, uns sobe e desce, feito montanha russa, ora contraditória, dual, difícil de entender, de problemas e conflitos que parecem sem solução,
impermanente?
Louco, não? Mas é uma necessidade, é como um diário onde se é protagonista, e noutros momentos coadjuvante,
oras autor, oras narrador, oras quem se mostra, oras quem se é visto, oras quem lê, oras quem é lido,
e escrever é uma junção, uma integração, um acolhimento, uma validação, um sei lá mais o que, diante de tantas e tantas possibilidades.
Pode-se, através da escrita, aprender-se muito,
bem como, nada aprender, pode ser parte do ócio criativo, não criativo, útil, não útil, vai depender do ponto de vista,
do contexto, de quem lê ou se recusa a ler, ou ouvir a história que se conta.
Escrever, é como pincelar mundos reais, mundos imaginados, mundos não imaginados...
fazer sonhar, fazer pesadelos, despertar, acordar, espreguiçar,
ou também levar ao sono, um dormir, dissociar-se da realidade e por aí vai!
Quem escreve e lê viaja,
se teletransporta, na mente, nada é impossível, não é verdade?
Para ela, não existe meios termos, realidade ou não realidade,
ela, sem nosso controle, a tudo percebe de modo literal, visceral,
e pode causar tanto, que mal se pode imaginar.
A escrita, é ato criativo, um gestar de tanto sentir, de tanto pensar, de tanto raciocinar, é um meio de organizar o que por vezes se bagunçou,
feriu-se, doeu, adoeceu, e ler cura, e escrever também!
E você, tem lido bastante, me conta aí, e vamos fazer história, a nossa história.
Não viaje na maionese, viaje em você, com você, e se for boa as companhias, não vá sozinho.
Por Adalmir Oliveira Campos
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