E seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como no céu,
é uma frase contida numa das orações que constam na Bíblia, que julgam ter sido proferida pelo próprio Jesus,
diria, uma das mais ditas, no dia a dia, mundo afora.
Pai nosso que estais no céu!
Aí a gente se pergunta, se tem sido feita a Vontade Dele, aqui na terra como é feita no céu,
ou tem sido feita a nossa vontade mesmo,
e colocamos toda a responsabilidade nas Costas Deles (Deus/Jesus).
Aqui na terra virou rotina dizer que a culpa é de fulano, a culpa é de beltrano, e quando os dois se inocentam,
a culpa é de Deus ou do demônio.
O Ego humano, ou daqueles que vivem para o alimentar, ao invés de educar,
é mestre em nos mostrar grandeza, ou querer que busquemos certa grandeza,
e muitos, acredito, fazem esta oração olhando para o próprio umbigo, ou reflexo no espelho,
num dizer seja feita a sua vontade, assim na terra e também lá no céu.
Nos modelos/pensamentos, mais arrojados céu é céu, o inferno é inferno, e não há meio termo, ou misericórdia,
não há compaixão, não há perdão, muito menos absolvição dos pecados,
e de todo modo, haverão os que vão para um, ou para outro, só que ninguém se enxerga no que dizem ser o lugar mais ruim,
na verdade, é sempre o outro, o qual, se pede constantemente, nos livrai de todo o mal.
Dizem sobre anjos caídos, mas não reconhecem as próprias quedas, e enganam a si mesmos vestidos de hipocrisia!
Um vestindo longo, vermelho sangue, que enxergam branco, como da noiva que segue rumo ao altar.
A alguns dias, escrevi em um texto, sobre, enquanto houver gente desejando o semelhante no inferno,
o amor não entrou nestes,
e o bem, ainda não reina absoluto,
e continuarei repetindo, até perceber que alguma coisa mudou.
Sempre fico imaginando, se no céu, é essa bagunça toda,
leis falhas, pouca justiça, justiça comprada, vendida, conflitos, barbárie, violência, fome e guerra,
pois se assim o for, a oração deveria ser de outra forma.
Aqui, inferno são prisões, onde os condenados vão, e querem-nos queimando eternamente,
quando não, mortos, sob pena das mais severas, quando na verdade, eram pra serem cuidados,
tratados amorosamente, vistos, amados, validadas as feridas, as dores, os traumas,
numa busca de cura e redenção, mas não,
infelizmente, vivem como que, em uma escola, para caso saiam,
saiam piores e mais cheios de ódio ao semelhante, com desejos mais intensos de vingança,
sedentos por fazer mal a si próprios, através de seus semelhantes...
E todos saem feridos, traumatizados, desesperançosos, desalmados, desumanizados,
e a espiritualidade em crédito.
Acredita-se que aqui, é reflexo, é semelhança do que há no céu, só que, um estar a caminho de céu,
e aprendermos a fazer céu, nos exige olhares, coração, pensar, sentir, agir, reagir, alinhados com os de lá e não o contrário,
pois se assim o é, não passam de criações falhas de um céu que nos vem às avessas.
E quem quer um céu às avessas?
Eu, ao menos, afirmo que não!
Imperfeito, busco dar o meu melhor, aprendendo com os erros, evoluindo a partir destes, bem como dos acertos,
e à medida que tomo consciência do mal que me faço, no fazer o mal aos outros, meus semelhantes,
busco me redimir, e não voltar a fazer novamente,
mas como por hábito, ou peso de crenças, de uma cultura ou ideologia, etc., acontece em certos momentos, e
pode ser, que volte a pecar, a ferir, ainda não somos perfeitos, muito menos, incorruptíveis!
Estamos a caminho, e no caminho tem disto, de avanços, passos à frente, estabilidade, instabilidade, retrocessos, passos atrás,
alguns, destes passos atrás, são impulsos para se ir em frente, outros, nos estagnam, e assim, seguimos,
tendendo ao melhor, pois fomos feitos assim, semelhantes ao que há de mais sublime sobre a terra, e sobre o céu,
acima e abaixo.
Outra pergunta que me faço, é sobre como funciona o céu, ou estes outros orbes, os quais dizem estar em estágios mais avançados que aqui,
como as pessoas se comportam em sua intimidade, consigo mesmas, quando não estão sendo vistas,
bem como, se comportam em sociedade, quando em convivência com os demais, o que diferencia um mundo,
por exemplo, de provas e expiações, para um de regeneração,
ou um de regeneração para outro, mais acima e assim por diante?
O que devemos abandonar em nós, para darmos um passo à frente em humanidade, espiritualização, em convivência com nossos semelhantes?
Se queremos que seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu,
o que devemos deixar para trás, que parte de nós, que não cabe mais, que já é trapo apodrecido ou odre velho,
que não tem mais como remendar, remediar?
A arte cinematográfica, nos mostra a todo instante, um fim de mundo, ou um mundo, sempre em direção a um fim,
sempre trágico, sempre catastrófico, sempre apocalíptico, onde a humanidade se vê por um fio,
e esta se encontra assim, por um fio!
A arte imitando a vida, e nos dão vários exemplos de seguirmos outros rumos, salvação da espécie humana e outros seres viventes e do próprio planeta,
mas veem somente como ficção, mas há toda uma filosofia por trás,
há estudos, há ciência, há física, há história, há sociologia, há matemática e tantas outras,
e mesmo assim, as previsões continuam catastróficas, e será por que?
Temos sido mestres em apontar dedos, em julgar, em condenar, em punir,
e a resposta, a lei, não era amor a si, e ao próximo, como a si mesmo?
A gente sabe como se faz céu, resta-nos entendermos o porque, de insistirmos em fazer infernos.
Nos acostumamos, ao que é ruim a nós, e aos outros?
Nos acostumamos, ou acreditamos merecer problemas e mais problemas, conflitos e mais conflitos, dor e sofrimento?
Estes dias atrás, me perguntaram se tenho olhado no espelho, se tenho sorrido pra mim, se tenho falado que me amo,
se tenho me acolhido, e a resposta veio engasgada, em um seco não.
A gente foi convencido, de que não vale nada, de que não vale a pena!
O sistema nos lembra disto a todo instante, e a gente, embora não queira,
acredita merecer o inferno, por ter escolhido ser a gente mesmo, ou talvez, por nos ter negado em prol dos outros,
das expectativas alheias, do que vão falar, de como vão ver, julgar, condenar, e se vão punir...
O medo do outro é tanto, que por vezes, nos tornamos carrascos de nós mesmos,
numa crença adoecida, que de todo modo o farão, e porque já não fazê-lo?
Será que dói menos, fazermos o mal a nós, e não eles?
Como colher céu, se nos plantam infernos, se nos ensinam a plantar, e a cultivar infernos?
A escola ainda é amor, mas amor, é a moeda que nos falta, e muito!
Por Adalmir Oliveira Campos
Nenhum comentário:
Postar um comentário