Um olhar de alegria.
Um medo que arrepia.
Não sei porque, temo
ser feliz e tudo perder.
Me encolho feito Pérola
dentro da ostra.
Me refúgio e me emparedo com
os medos do lado de dentro.
Já gritei.
Já chorei.
Só não morri materialmente, mais o
pó minha alma conheceu, isso
quando a lama secou.
Fiz da lama tijolos.
Dos tijolos fiz degraus.
Um a um, num amontoado de tijolos,
cambaleando eu subi.
Custei-me acostumar com a luz
do sol.
Mais para fora da toca, deste buraco em
que caiu , ainda temo sair.
Ao menos secou a lama, penso às vezes.
Ao menos tenho degraus e vejo luz.
Antes, como a luz, a esperança estava
apagada.
O medo de ser feliz é tremendo...
Pois depois da felicidade foi tamanha dor,
que temo-a novamente, pois seria morte certa.
Mais me ponho para fora do buraco, e aos
poucos um sorriso aqui, um sorriso ali,
me abro a novas amizades, amores, família...
Mesmo que, com um pé atrás.
Se não fosse a Fênix chamada Esperança,
Deus forte e fiel, não me encontraria novamente
rumo às estradas que levam ao céu.
E sigo vivendo, já não mais como zumbi, mais
como filho de Deus, cauteloso no processo de
completude humana, que anseio eu um dia
alcançar no amor.
By: Adalmir Oliveira Campos
adalmir-campos.blogspot.com.br
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