Ouvi uma música que me chamou muito a atenção, no momento não me recordo a autoria, e esta, foi de encontro ao que as experiências da vida tem me direcionando em minhas vivências humano/espirituais aqui neste orbe.
A canção falava sobre a oração, que a oração é escolha, é intenção, e que de nada adianta, esse pedir sem cessar, esse escambo com Deus, em busca de milagres e ou outras coisas,
ao mesmo tempo em que falava de questões outras, como as de que Deus não interfere a partir de nossas orações,
nos chamando às responsabilidades, às consequências das escolhas, intenções, esta oração manifesta através da própria energia emanada do ser.
Também reforçava, nos chamando à reflexão a respeito do sacrifício de Jesus Cristo, trazendo os ensinamentos do mesmo, expresso em suas vivências,
energia que emanava, as escolhas e intenções, nos recobrando a memória de que fomos salvos e não temos nada a pagar, estamos em débito com Deus,
e inferno, é a consequência destas orações mal intencionadas, más escolhas, desejos de mal aos semelhantes, num viver selvagem, ainda com resquícios de barbárie, manipulação, opressão, dominação,
fortalecido em diferenças de classes, em preconceitos e discriminação, como que negando o Deus, Centelha Divina que habita em todos nós, numa busca insistente, de deixar fluir a Criação,
através da Cocriação destes vir a ser, que estamos, em desenvolvimento, em transformações, crescimento, aprendizados!
Do que adianta a oração em prol do bem do próximo, da humanidade, se esta, não é congruente com a energia, escolha, intenção internas, estas, que vibram longe do que os olhos de quem está por fora, não enxerga ou percebe?
O mundo/pessoas, criam a pobreza, a miséria, as dificuldades, sofrimento e dor, de modo a perpetuar assistencialismo como forma de caridade, como forma de ajudar, como forma de mostrar o quanto são bons e merecedores de céu.
Céu, é construção em comum, em coletividade, e o quanto não estamos distantes disto?
As velhas desculpas promovidas pelo Ego/egoísmo, pelas vaidades, pelo narcisismo fora de controle,
sempre indicam que é cada um por si e Deus por todos, e o demônio, os obsessores espirituais a construir barreiras para que o mundo permaneça neste Status Quo, o qual, se mantém no decorrer da história.
Somos nós, o Deus e o Demônio, e as nossas orações, nossos desejos e escolhas, pensar, sentir, agir, corrobora para estes meio céus, meio infernos contínuos, os quais vivemos, entre altos e baixo,
montanha russa, roda gigante, onde ora um, ora outro, sente os reflexos, as consequências das orações que tem sido mais recorrentes e efetivas.
Há coisas que quanto mais se divide, mais se multiplicam, e amor, prosperidade, riquezas, bem querer, cativar, compaixão, perdão, acolhimento, validação, reforço positivo, afetos positivos e saudáveis, responsabilidade afetiva, comunicação não violenta, dentre outros,
são muito destas coisas, as quais, em não praticadas, nos impedem paraísos.
Deus não nos abandonou, somente nos deixou aos cuidados próprios e aos cuidados uns dos outros, e infelizmente, entendemos que é somente sobre cuidados próprios.
Se tudo o que fazemos aos outros é o que nos vem de retorno, o que podemos concluir de nossas orações, escolhas, decisões?
Orar, é mais que estar nas esquinas, nas praças, ou dentro de um quarto a pedir pelo amor de Deus:
"me dá isso, me faça aquilo, realize isso, sou grato por isso, por aquilo, tenho feito por onde, porque não tenho recebido conforme me empenho, invisto, luto dia a dia?"
Há momentos em que vou contra muitos que se dizem a favor da lei do mérito, do pensamento positivo, do segredo, etc., pois a depender disto ou daquilo,
como justificar menos de dez porcento da população mundial reter a maior riqueza mundial e serem os “grandes sobre a terra”?
Oito bilhões de pessoas e somente estes poucos, entenderem os segredos do universo, como que, se este somente viesse a ser manifestado a estes poucos, e aos demais, o virem a conquistar a altos custos, inclusive, por vezes, o da própria vida.
Oração, não é uma investidura, uma armadura, um escudo, uma munição que se usa para combate, para vencer o outro, semelhante nosso, o qual têm-se como inimigo,
por questões pessoais, baseadas em ambição, egoísmo, espírito de competição, em preconceitos, discriminação, medo, vergonha, culpa, estados de inconsciência do que é sagrado em si e nos semelhantes.
Qual Deus ouve as orações em prol de eliminar a sua própria Criação?
Mesmo a maldade sendo “invenção Divina”, ao que se refere ao entendimento do mundo de dualidades,
deu-nos, o Mesmo, o livre arbítrio, a liberdade, para que, a partir daí, agíssemos sob suas orientações ou não,
sendo cada um, responsável por suas escolhas/ações, e consequências destas, que querendo ou não, recai sobre toda a Criação.
A oração, é, antes de mais nada, ou de tudo, um olhar para dentro, uma busca de autoconhecimento, a partir dos próprios frutos, a começar por análise interna,
uma investigação, busca, encontro, acolhimento, validação, cuidado, ressignificação das próprias emoções e sentimentos que estas despertam.
O estado de consciência nos deixa claro se estão em alinhamento com as leis Universais de “amar a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo," e em acrescentando à fala de Cristo, amarem-se a si mesmos e aos semelhantes, assim como Eu Vos Amei.
Toda oração, como a entendemos até o presente momento, perde todo o seu efeito saudável e positivo,
se o que ressoa dentro, em si, não condiz, não seja congruente com as energias internas, oração, é um estado de espírito!
Estar nas praças, nas sinagogas, nos bancos das igrejas, nos púlpitos destas, no próprio quarto, em orações continuadas, ladainhas, repetições infinitas de faça isso, quero isso, obrigado por isso, etc.,
não passam de monólogos, de atos puramente narcisistas, se não vão de encontro à Lei do Amor,
à lei que reconhece Deus no semelhante, que acolhe, que valida, que cuida, que respeita, que ama, que permite incluir, interações e vivências saudáveis,
integração que busca sublimar a vida de forma que a mesma, seja querida, preservada e cultivada por todos e para Todos, Todas, Todes.
Oração, é este sentir-se inteiro, amado, próspero, de bem com a vida, de bem com a própria consciência, com o próprio corpo, gostar disto, e se sentir feliz por seus semelhantes, se sentirem assim também,
é uma busca diária e constante, de modo que ninguém esteja sendo excluído ou colocado à margem,
é uma fala/assinatura energética, que flui livre das amarras postas pelo Status Quo, ora vigente.
Oração, é liberdade e libertação a partir de si, no reconhecimento da centelha Divina que se é, e de que o outro também é, em igual semelhança.
Por Adalmir Oliveira Campos
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