Difícil entender o papel das instituições religiosas e outras denominações de cunho espiritual/espiritualista, no atual cenário mundial, em pleno século vinte e um.
Serviram como palco para tantos mandos e desmandos a serviço de instituições outras, instituídas, lideranças políticas, governos, o Estado, etc.,
e o que garante que não continuam a servir a interesses próprios e do sistema ora instituídos,
no uso das massas menos informadas, em estados caóticos formados e mantidos por uma educação deficitária e anêmica, doutrinamento, sob efeitos de hipnose coletiva, processos alienantes,
em manipulação constante em prol dos interesses de sempre, os de poder e autoridade, mesmo que de modos autoritários e nada altruísticos, humanizados e espiritualizados?
Poucos possuem certo controle sobre as circunstâncias e fatos, diante de certos privilégios que foram acumulados no decorrer da história, e por tanto, se acham no direito de terem direito e autoridade sobre os demais,
como que, fossem os próprios donos destes, que entendem, e os fazem se entenderem inferiores, não aceitando assim, a impermanência das coisas,
como que, o progresso e os avanços intrapessoais (ser em sua totalidade/integralidade), interpessoais, planetários, realidades conhecidas, não conhecidas, materiais e imateriais, não existissem, ou pudessem ser contidas e mantidas sob controle.
Não tem como polpar o conhecido e o desconhecido de virem a ser, virem a estar neste constante movimento e expansão, em processos metamórficos e transformacionais, rumos ao progresso e evolução.
Nada é estático no Universo, e tudo coopera para o Todo, um todo, onde cada peça é fundamental, e o controle, ou ao menos, a ideia de controle,
só pode ser mantida por este mesmo Todo, em sua integralidade, num "ou se ajeitam todos em construção, progresso, evolução, expansão, ou se destroem a todos,"
não tem como escapar, narcisistas, ídolos e adoradores do Ego, não passaram e infelizmente, no poder, poderão levar a todos à perdição/extinção.
Pena que não fomos criados, educados para isso, e estamos aprendendo sobre isso gradualmente às custas de muito sofrimento.
Viver neste plano, é viver em meio às adversidades, diversidade e impermanência,
as coisas mudam o tempo todo, e inclusive a gente, o planeta, o nosso corpo físico, o corpo emocional, o corpo mental e psíquico, o corpo alma/espírito.
E quando se para no tempo, e quer-se manter as coisas do modelo "que sempre foram",
ou aos modos do que tem que ser assim, porque sempre foi assim, é grande causa de conflitos internos, externos, pessoais e coletivos, barbáries e guerras.
Tudo se renova em nós, a níveis unicelulares, pele, cabelos, etc., estados mentais, sentimentais, conhecimentos...
Jesus mesmo falava sobre estas questões de formas distintas, indo contra o sistema ora instituído.
"Buscar salvar-se é perder-se a se mesmo", principalmente nesta corrida dos ratos.
Não fomos "projetados" para funcionar, puramente, como uma ferramenta ou força de trabalho, a viver aos moldes do que esperam de nós, das expectativas que criam, sobre o que os outros vão falar e ou pensar.
É preciso nos colocarmos no caminho do meio, nos entender como parte de um Todo, e nos responsabilizarmos uns pelos outros, no cuidar, no afetar e relacionar positivo,
aceitando a si e ao outro como são, e partes do processo neste Todo,
e juntarem-se em lutas contra o que escraviza, fere e mata, seja fisicamente, espiritualmente, moralmente.
Todos temos um papel crucial, importante a cumprir no Todo, e é desgastante se perceber só, como que, falando num deserto, ou acordado onde todos dormem, ou ainda enxergar quando todos os outros estão cegos.
Não é sobre acomodar, mas também não é sobre debater, e sobre abismo, este que se olha e pelo qual se atrai, quando mais foco se põe,
entendo o que foge às nossas capacidade e limitações a respeito de Tudo no momento, e tentar compreender tudo, é um caminho certo para se perder do Todo e de si mesmo,
já o olhar para si, na escuridão interna, é um descobrir-se parte deste Todo, pertencente, amado, validado, e o momento presente, é o que temos, para consolidar isto em nós e em nossas relações, no que é palpável e possível no momento.
A realidade externa muda, quando mudamos a realidade interna, mas ela muda a pequenos passos quando estamos sozinhos, podendo mudar a passos largos em conjunto, em coletividade, em humanidade.
Uma andorinha sozinha, faz convite ao verão, mas o verão só passa a fazer parte da realidade quando todas se juntam.
Lembra do fim do longa em tudo em todo lugar ao mesmo tempo?
Ao nos amarmos como somos, e aos outros como são, e permitirmos serem livres para serem eles mesmos, e nós, sermos nós mesmos,
inicia-se os processos de cura, e mudanças internas e externas, onde há responsabilização individual, familiar, coletiva.
Depressão, ansiedade, síndromes e outros transtornos, são um convite forçado para pararmos de lutar, respirar, rever questões internas, recursos existentes,
rever questões pessoais, familiares, coletivas/humanidade, entender o que realmente é importante, necessário, e pelo que vale a pena lutar neste se transformar e metamorfosear que se faz necessário continuamente.
O que reclamamos falta na realidade vista a olhos físicos, do corpo, com as limitações que possuímos, é um conjunto, uma construção que, como um espelho, nos revela as realidades internas,
ainda sob aspectos desconstruídos, feridos, traumatizados, não curados, estes seres que vivem no inferno que constroem, como que quem foge a um céu que teimam não construir, não buscar,
pois ainda não entenderam-se merecedores, Todos!
Por Adalmir Oliveira Campos
Nenhum comentário:
Postar um comentário