O termo/ conceito "pecado", tem sido usado para criar divisões, contendas, preconceitos, discriminação entre as pessoas mundo afora, mundo adentro, em si mesmos.
Se acreditasse no diabo/demônio, da forma como falam do mesmo, acredito que sua maior ferramenta para encher o inferno, seria o "pecado".
O que, a princípio, era entendido como algo errado, ou não seguir o que é proposto, determinado, leis,
tem se tornado, nos dias atuais, uma tática odiosa e desumanizante, que fere várias outras leis, inclusive Universais,
de não matar, de amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesma.
O que mais chama atenção, é o fato de que, os que se dizem do lado certo da força, da santidade, do não erro, é que estão cometendo verdadeiras atrocidades, no desrespeito às leis,
não somente as que dizem ser de Deus, mas também as dos homens, a que se entende mais atualmente, como Constituição e outras, como no nosso caso aqui no Brasil.
Pecado é algo muito subjetivo, e é entendido de várias formas,
e dificilmente, devido as variedades de religiões, seitas, culturas, dogmas religiosos, ideologias, filosofias e ciências, se chegará a um consenso Universal,
ou melhor, que atenda a toda a humanidade, cabendo assim, o respeito às diferenças entre os mais variados cultos e credos.
Diga não à intolerância religiosa, diga sim à vida!
No que entendo, o único pecado que poderíamos considerar Universal,
é o de não preservação da vida (morte e fomes) em todos os seus aspectos, fisiológico/físico, mental, emocional, sentimental, espiritual.
As pessoas entendem morte, como que somente, a morte física, esta que se tira por um acidente, voluntariamente ou involuntariamente, ou melhor, provocado ou não provocado, intencional ou não,
por envenenamento, por armas brancas e de fogo, etc.,
quando na verdade, mata-se por vários outros meios, que fogem à morte que se considera ideal, a natural.
Mata-se, sendo aquele colega de trabalho chato, egoísta, narcisista, que só pensa em si,
na autopromoção e sucesso nas carreiras e nos meios/contextos em que se vive/relaciona,
usando de meios e recursos bárbaros, com requintes de crueldade, seja fisicamente, nas palavras grosseiras, ou linguagem adoecida e violenta,
nas críticas nada construtivas, nas fofocas, na invalidação, nas mentiras, na difamação, no desrespeito, no não amor,
atos falhos, com zero empatia, zero reciprocidade, zero compaixão, zero compreensão e perdão,
num vale tudo para estar no pódio, no quadro de destaque das empresas, pra ganhar a estrelinha ao final da aula, as colunas, as manchetes dos jornais, revistas, meios digitais, o rol da fama, cheios de seguidores, fãs, fiéis, etc..
Morte e fome ao semelhante!
Ansiedade, depressão, transtornos outros, não são mais que doença provocada por este sistema doentio,
onde para se viver, é preciso colocar o outro em sobrevida, ou matar,
é o sistema de selva, de competição, do que vença o mais forte/melhor, o mais preparado, o mais inteligente,
o mais privilegiado, o que mais se desumaniza e perde-se de si próprio, e ao mesmo tempo de sua identidade essência humano/espiritual.
Sociedade/humanidade, é um modelo maior do que entendemos de família, e isto é notório no decorrer da história humana,
uma sequência de reproduções infelizes e nada saudáveis das pequenas famílias (no micro), quando membros destas, se põem em sociedade num agir, ora consciente, ora inconsciente,
em seus processos de vir a ser.
Gerações, após gerações, que se recusam às mudanças, aos processos naturais do vir a ser e estar no mundo, a cada tempo mais saudáveis e felizes, com menos sofrimento, desconfortos e dor,
sejam físicos, mentais, emocionais, sentimentais/psicológicos, espirituais, em reproduções toscas, infelizes, que mais lembram uma mudança de cenários que se faz constante, mas de atores e atrizes, que parecem terem estacionado no tempo,
em eras pregressas, retrógradas, conservadoras, extremistas, onde o que impera, é ainda, a selvageria versus civilização.
Pecado se resume em não matar, em não deixar-se a si e ao semelhante com fome,
como todas as leis se resumem em amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmas, ou ainda, em atualizando esta última, buscar a amar a si mesmo, para também aprender a amar ao próximo, como a si mesmo,
pois o que se vê, são pessoas feridas, não amadas, cheias de traumas, feito armas carregadas a fazer guerra com seus semelhantes,
guerras estas, que tem raiz em si mesmas, nas pequenas mortes e fome dentro de si, nesta subjetividade não aceita, não validada, não respeitada, não querida, não amada, não alimentada, desnutrida de tanto, ou que se sente assim por algum motivo, com certeza, válidos.
Entendermos melhor sobre conceitos de céu e inferno, de pecado e não pecado, é entendermos melhor sobre nós mesmos, sobre nossa própria essência e subjetividade, e como temos nos posicionado no mundo, em nossas relações conosco mesmo, e com nossos semelhantes,
se são geradoras de consequências positivas saudáveis de vida, céu e saciedade, ou se são geradoras de consequências negativas e insalubres de sobrevida, fome, morte e infernos.
Onde é bom lembrarmos sempre, que não há melhores e nem piores, mais fortes ou mais fracos, mais inteligentes ou menos inteligentes, mais capazes ou menos capazes,
estamos todos em um orbe, onde as energias que circundam e englobam o mesmo são semelhantes,
cheios de dualidades, e nos cabe a todos entendermos a importância de qual lado da força nos posicionarmos, agirmos, tanto para conosco, tanto quanto, para com nossos semelhantes,
com entendimentos de que, sofremos todos, ou não sofremos, diante das ações individuais e coletivas.
Pecado é matar, é deixar com fome, e morte e fome, deve ser a nossa prioridade no que se refere ao que devemos ter como missão de vida, em combater, pois nosso céu e ou nosso inferno, a partir da atual existência, dependem disto.
Por Adalmir Oliveira Campos
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