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sexta-feira, 9 de junho de 2023

Sobre esquecimento, passado, presente, continuidade e descontinuidades

 


Dizem que esquecer é uma dádiva, presente dos deuses sobre eras passadas, situações não tão felizes, de causas adversas, de consequências dolorosas e sofridas.

Quem foi meu maior inimigo, quem foi a maior inimiga?

Falam que são os que habitam a mesma casa, que vieram reparar, aprender, amar, acolher, validar,

serem compassivos uns para com os outros, perdoar, libertar...

E fazem de suas missões, em maioria, o oposto.

E usam como desculpas para não amar, falando aos gritos, “eu não pedi para nascer”,

como que, se esta família, amigos, colegas de trabalho, meios e contextos, fossem uma pequena prisão,

entre opostos que se atraem e se repelem, buscando lembrar à força quem foi que errou, e se desamarrarem, desatarem os nós em mesma intensidade,

como que se libertando uns dos outros, para nunca mais.

E quantos, ao menor sinal de indiferença, decidem não perdoar, a respeito do que se diz esquecido, se pondo como vítima, mesmo sem saber se o foi?

Querem lembrar do que esqueceram, querem lembrar, saber dos acordos, desacordos, contratos, combinados, estes que dizem que foram feitos, destes que de nada se sabe.

E não seria justo? Como pagar uma dívida não conhecida, não reconhecida, no escuro do esquecimento?

Saber, seria continuidades de não perdão, de ódio, desamor, e o não saber, que garantia traria de ser diferente?

Juízos, julgamentos...

Renascer prisioneiro para ser responsabilizado pelas consequências do que não se sabe, punição, sansão, pena.

E quantos não vivem se perguntando porque odeiam tal pessoa, amam mais a umas que outras,

e algumas não se simpatizam desde a primeira vista?

E nestas indagações, vivem de passados,

a desenterrar o que já está morto e sepultado, como que se o agora não importasse, não fosse o momento certo, e o futuro, sempre incerto.

E se olham tentando adivinhar, quem foi, quem amou, quem não amou, se mataram, matou, roubou?

Porque lembrar, querer saber?

Sei lá, se houve esquecimento, não seria porque se teve novas oportunidades de fazer, de ser, de estar, de vir a ser,

tudo o que está escrito em si mesmo, em constituição e materialização da própria essência no mundo?

Novas páginas em branco, essas múltiplas e infinitas possibilidades chamada presente.

Quanto não se perdem em sobrevida tentando desvendar esse passado esquecido, este ser que se foi, era, estava, antes de fazer parte desta realidade?

E houve realmente outras realidades, outras vidas, ou é tudo novo, de novo?

Quantos medos, culpa, vergonha não foram e são impostos em dizeres sobre o que se passou,

sobre o que, de fato, ninguém tem certeza absoluta, a não ser posicionamentos, deduções, imaginação, sonhos, especulações?

Uma existência e quantas vidas?

Uma existência, e se nasce, e se morre, muitas e muitas vezes, e o que somos, o que estamos, o que viremos a ser?

E a culpa é sua, ou é minha, ou é nossa, e tudo o que há de sofrimento, dor, miséria, escassez, é aceito como algo natural,

castigo, carma, alimentando assim, constantemente um mundo de injustiças,

onde não cabe mais nada, a não ser aceitar e fazer por merecer, pagar a pena, mesmo negando o fazer valer a pena

(a vida em não vida, sobrevida).

Uma sobrevida imposta por Deus, dizem!

Castigos destas outras vidas, e da vida presente, desde a infância, onde não se soube pensar saudável, positivo, com focos saudáveis no que faz bem,

num fazer de melhores escolhas e atração do bom e do melhor.

E como fazer diferente do que se foi adestrado, doutrinado, ensinado?

E o que era para libertar, faz-se prisão, e liberdade é meritocracia, e vida é consequência, assim como céu ou inferno.

Morte, mais me parece um casulo, uma força da natureza e Universo, num metamorfosear bonito, de fazer novas todas as coisas e seres, e nós...

Nós?

E se é novo, porque são podadas as asas logo no início, e ensinado a rastejar feito lagartas, ou serpentes, numa busca incansável de saciar compulsões, um abortar do que se entende por vida?

Deus, Universo, nos dão céu e asas, e podamos as mesmas uns dos outros,

por não enxergar as asas em si, as próprias,

e as possibilidades, inclusive de ser amado, amada.

Religiões deveriam ser sobre nos ensinar a sermos e vivermos essas semelhanças, as quais, fomos feitos,

feito nosso Criador, Universo,

este Todo do qual fazemos parte, todos, todas, todes,

o qual nos querem fora, num querer estranho de nos fazer sentir semelhantes com o anti Deus, o anti Universo, o anti Todo, como se houvessem os bons e os maus.

E pecado, é assunto em voga, é foco, é onde botam e tem o coração nos afazeres cotidianos, nas desculpas de continuidades de uns melhores que os outros, contra uns e outros.

E o céu, e o inferno, foi construído dentro, e o que se vive, é onde foi posto este foco, onde ainda se encontra o coração,

estes, que a falta de autoconhecimento negam e levam a perpetuar os desertos mundo afora.

Por Adalmir Oliveira Campos

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