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terça-feira, 6 de junho de 2023

Sobre as cascas que escondem nosso "eu"


Uma das coisas mais difíceis em nossa breve existência, é o autoconhecimento, 

ou seja, saber-se quem é no meio de tanto que nos foi colocado dos outros, 

com os quais convivemos desde a primeira infância, na educação escolar, e nas fases seguintes desta mesma existência.

Sabemos que, por vezes, desenvolvemos máscaras para bem viver, e bem conviver com a gente mesmo, internamente, 

e com nossos semelhantes, 

pois nos faltou recursos para nos impor enquanto pessoa, para mantermos acessa e vívida a nossa essência e ser, e estar, 

e vir a ser, e vir a estar no mundo, enquanto ser humano e espiritual  que somos, 

perdidos nas expectativas alheias, nas vontades que nem eram nossas, com medo de solidão, de rejeição, de não fazer parte, 

do abandono, de pequenas violências chamadas de educação, dentre outras.

Seguimos, cultivando tudo isso no inconsciente, fugindo à realidade, por não acreditarmos que quem amamos, 

ou quem confiamos, com os quais nos mostramos vulneráveis, pudessem nos ferir,

em não sendo recíprocos, respeitosos, verdadeiros, amorosos, gentis, amáveis, e

por enes motivos, em não serem pessoas inteiras, humanas e espiritualizadas, 

e em suas finitudes, feridas e traumas, passarem adiante do que havia muito em si mesmas, mal curado e esquecido.

Fomos criando estas cascas, semelhantes a cascas de cebolas, escondendo mais e mais nosso eu verdadeiro, 

inclusive de nós mesmos e feridos e traumatizados com tudo, com a gente mesmo, com a vida, seguimos, 

em um não amor a nós mesmos, em um não amor a Deus, em um não amor aos nossos semelhantes.

Assim tem sido com as pessoas consideradas “normais”, imagina para quem tem em si, algum problema de saúde, seja ele mental, das emoções, 

em como se estruturou a personalidade?

Em tendo o transtorno de personalidade Borderline, e o transtorno emocional Bipolar, 

a luta para se auto conhecer, para se auto afirmar, a quantidade de cascas é muitas vezes maior, 

e o desafio é saber o que é das fases do transtorno, e o que é da verdadeira essência, ser e estar no mundo, 

sendo esta, uma comorbidade que se levará até os últimos dias da existência.

Um ser e vir a ser, e vir a se descobrir, a se permitir, a existir, apesar de tanto, apesar de tudo.

E esse descascar de cebolas, exige mais que facas amoladas, afiadas, prontas para cortar e ferir, 

exigem mais que cortes, pois se não for feito adequadamente os ferimentos e traumas só aumentarão.

Facas amoladas e bisturis cortam, ferem e são ferramentas eficazes para doenças no físico, 

e o tamanho do impacto, pode causar danos permanentes, por vezes, irreversíveis, bem como transtornos pós traumático.

Para cura de adoecimento da alma, das emoções, dos pensamentos, da personalidade, 

das causas inconscientes e conscientes, 

exigem ferramentas que descascam, mas sem ferir, sem cortar, como que limpando as feridas já existentes, 

passando anti-inflamatórios, dando pontos, e passando pomadinhas cicatrizantes.

É como cuidar daquela criança que foi negligenciada, que foi ferida, que foi traumatizada, 

onde faltou ajuda na regulação das emoções, as quais não sabia fazer por si mesma,

um cuidado a mais nas feridinhas que à época não foram assopradas, e ainda estão em carne viva, 

dar o colo que outrora foi negado, repor o alimento e trocas de fraldas que foram dados de qualquer modo, e por vezes fora de ora,

essas necessidades básicas não atendidas e entendidas como não amor, 

como que não merecedora, a um ponto tão triste e solitário de abandonar-se a si mesma para existir aos olhos dos outros...

Agora você pode fazer isso por você mesmo!

Ser e estar, vir a ser e vir a estar, sem as interferências que vieram de fora, 

é um silenciar dentro de si, tantas vozes tagarelas, de falas absurdas, por vezes grosseiras, mal educadas, nada acolhedoras, e nada amáveis ou respeitosas.

São vozes que ecoam na mente o tempo todo, como, você não presta, você é insuficiente, engole esse choro, você não vale nada, você é pecador, 

você não faz nada certo ou que preste, você não presta a atenção, tudo o que faz é errado, 

isso aconteceu por sua culpa, você tem que sofrer mesmo, você merece o pior, 

você não pode agir assim, essa roupa não combina com você, porque se veste desse jeito, 

assim fica melhor pra você, seja uma pessoa boazinha (...).

Se for parar para escrever, são tantas vozes a serem silenciadas, para encontrarmos a nossa, não é verdade?

Penso que as pessoas nem querer ser felizes na vida, elas querem a graça de serem elas mesmas, 

e se darem bem com isto, de forma respeitosa, amável, acolhedora, de viver em céu.

Talvez, felicidade até seja isso, sermos nós mesmos e estarmos bem em o sermos, 

sem a necessidade de tanta casca, de tanta máscara, de tanta hipocrisia.

A própria voz silenciada, para que outras ecoem livremente, em nós, livres de reciprocidades, 

são mordaças que nos impedem ser e estar, vir a ser e vir a estar.

Por mais difícil que seja, essa caça ao tesouro, que somos nós mesmos, 

vale toda a pena, toda a luta, todo descascar de cebolas, 

o céu, nem mais é, o limite, é trampolim para alcançarmos o potencial que somos e que só poderemos alcançar quando formos nós mesmos.

Por Adalmir Oliveira Campos

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