Uma coisa que pouca gente comenta ou discute nas redes sociais, ou até mesmo nas rodinhas depois dos cultos, ou agora, nas músicas de “avivamento”, que invadem espaços públicos,
como os carros de som ensurdecedores de outrora, obrigando a todos a ouvirem as mesmas, como se todos tivessem os mesmos gostos musicais, ou no caso, professem a mesma fé,
é que Jesus não ia atrás dos sãos, dos “Santos”, Ele ia de encontro aos filhos bastardos da sociedade.
Estes, colocados à beira do caminho à espera de um samaritano que os ajude, muitas vezes, a liberem as próprias feridas, como que as fizesse todas, e fosse o único responsável.
E quantas crenças não são reforçadas em tal sentido, ficando a culpa, o medo e a vergonha como força motriz destas existências?
Ele deixa as noventa e nove, e sai atrás da que se perdeu, como que, esta perdida, fosse mais valiosa, ao que parece aos olhares dos “trabalhadores da última hora”,
e vai, com um sorriso largo, com um abraço fraterno, num acolher e validação amorosos, livre de julgamento e ou condenação,
visto que, são os excluídos por suas diferenças e necessidades tão subjetivas, cativos de bárbaros que atuavam e atuam em nome da fé, da religião, do comércio, do Estado.
Jesus vai com uma voz suave, num cativar, como que, a contar histórias de ninar aos órfãos invalidados pela existência,
esta, que se atualiza nos tempos que se fazem presente, futuro, atemporais, espaço e tempos afora, nos céus que vem construindo, formando para irmos à medida em que os fardos vão sendo aliviados.
Um Jesus que veio para tirar os pesos desta culpa, do medo, da vergonha, os quais nos colocavam sob leis estranhas, como as de Talião,
uma prisão focada no passado, como que, não houvesse aprendizado, não houvesse evolução, e consequências a erros, a pecados, fossem algo eterno.
Ora alguma, o Evangelho Jesus, em sua amorosidade, compaixão, respeito às subjetividades de essências existentes,
agiu com intuitos condenatórios, muito menos discriminatórios e carregados de preconceitos.
Pouco se fala do real legado do Cristo, este legado que o condenou à morte naquela Cruz!
Ele também foi um Destes excluídos do sistema da época, sistema este, tão desumano, que vem sendo perpetuado e continuado, trazendo os infernos conhecidos, o ranger de dentes,
como que, não houvesse nas intenções do Criador, o perdão, a redenção, a ressureição, a ascensão de seus filhos amados, criados à Tua Imagem e Semelhança.
Não eram Boas Novas a serem encaminhadas mundo afora, mundo adentro, numa conversão baseada na Lei do Amor?
E falam de um vir a ser bom, em uma reforma íntima, em transformações pessoais, interpessoais, individuais, coletivas, sob a força das leis de outrora, aquelas, anteriores ao Evangelho vivo,
que foi mal escrito/traduzido, mal interpretado, mal dito, mal compartilhado, como que, fosse este, os fariseus daquela época,
ou talvez o sacerdote, escribas, os salmistas, e outros, que nada fizeram ou fazem aos caídos e colocados à margem de tudo, de todos, do Todo, como que, se autoridade tivessem para isto.
Criminalizam quem deviam amar, quem deveriam acolher, quem deviam validar, respeitar, fazerem sentirem-se Filhos amados do Altíssimo,
e fazem papéis deste Deus ditador em que acreditam, se fazendo juízes, estes, do apocalipse, fazendo do mundo, das vivências e experiências, os finais dos tempos em que acreditam, feito os demônios aos quais dizem combater.
São tantos cegos querendo impor como guiar outros cegos, e dizem que é assim, não se pode questionar e está tudo bem,
mas bem que nada, apenas bem para estes, que tem seus egos massageados, um lustre no narcisismo que tanto cultivam e amam em si mesmos, nos próprios umbigos.
Que Jesus é este que nos apresentam que não se diferencia em nada com os demônios de que tanto cultuam nos templos?
Ferem todos os dez mandamentos como que tivessem estes, direitos de o fazer em nome de Deus e da justiça que acreditar estar em condições de aplicar, por serem mais dignos e santos,
os mesmos santos das guerras ditas santas que mataram, simplesmente, os bruxos e bruxas que lhes oportunizaram os progressos conquistados até o momento na humanidade.
São contra os “ativistas”/ativismo, os direitos humanos, as feministas, os "istas" e outros mais,
mas não largam mão dos direitos conquistados por estes, a custa do sangue, cor esta, vermelha,
um vermelho que combatem tanto, como que sangue fosse diferente, num separar humano por castas, por classes, denominações e outros mais...
Ele veio, Ele vem, e ninguém reconhece, talvez, por que não se identificam com quem Ele mesmo foi, É, e sempre Será.
Por Adalmir Oliveira Campos
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