Há momentos que chega tanta informação na mente, vontade de escrever sobre tantas coisas, temas, e por vezes, parece que me auto saboto e deixo de entregar.
Pode ser por medo de não conseguir a contento, ao gosto, de um modo que agrade, que agregue, que seja útil e saudável suficientemente.
Escrever para mim, já o disse muitas vezes, muitas outras, escrevi,
é algo que me faz bem, que faço com gosto, que de certo modo, me realiza e me faz sentir útil,
embora não seja vista como profissão por muitos, mesmo que, ao ler, saem ganhando em conhecimento, ou com pulgas atrás da orelhas, um questionar...
A arte, seja ela literária, plásticas, performances, etc., são postas como não profissões,
como algo que não põe o pão à mesa, que não enche barriga, e crenças outras, que limitam muito,
pois, são negações feitas, não somente às artes, mas também, aos seres humanos/espirituais, estas essências divinas, que as produzem.
As árvores que dão frutos bons sempre são podadas, recebem pedradas, sofrem "cancelamentos", e o sistema ganha com o não despertar.
A não validação e não valoração/valorização da arte, tornam mendiga a arte e o artista,
em tentativas de arrancar-lhes o Sopro que Lhes concedeu a vida, vida esta, a ser experienciada através destes “dons”.
O que seria da humanidade, como a conhecemos hoje, e a que esperamos ser e estar no futuro, seja próximo ou mais distante, sem as artes geradas no mundo?
Acredito, que a falta, geraria consequências desastrosas, tipo, usando como comparativo, a extinção das abelhas, seria a extinção da própria humanidade/espiritualidade.
A arte, é esta parte inconsciente, este tapete mental, para onde se jogam “as sujeiras”, que em dado instante, a imaturidade, a pouca experiência, as poucas aprendizagens, recursos internos defasados,
não conseguem processar, reconhecer, aceitar, validar, lidar, superar, etc.,
e para não dar pane, como válvula de escape, vai deixando a pressão sair, aliviando os fardos, medos, vergonha, ansiedade, depressão, ou melhor,
dando esta sensação de alívio,
até que estejam em estado de prontidão para desconstruir, transgredir, ressignificar e transformar os limões que a vida trouxe, seja por nós mesmos e ou, através de outros,
estes que nos são semelhantes, em limonada,
saindo assim, de padrões adoecidos que entende-se como sobrevida, indo a patamares mais saudáveis, a que entende-se como Vida.
A mania de perfeição e manias outras, nas quais fomos condicionados, costuma atrapalhar mais que auxiliar, pois impedem fluidez, criatividade, disposição, ânimo para o fazer,
por nos colocar numa condição de obrigação de produzir constantemente, continuamente, como que se fôssemos maquinários industriais,
e não o fazem assim, mundo afora como que regras e leis para existir?
As artes nos trazem esperança, nos leva a enxergarmos possibilidades onde somente se enxerga o fundo do poço e nem sempre, a luz ao fim do túnel,
elas nos falam de milagres, de transformações possíveis, faz valer o pensamento de que nada se perde e tudo se transforma, assim como nós, estes seres espirituais e humanos que estamos e somos.
As artes tem esse papel mágico de tirar de presentes sofríveis, bem como de nos trazer de volta a presentes necessários,
nos alertando que o poder de nos metamorfosearmos, se encontra neste agora, e segue entre pausas, entre continuidades e descontinuidades, neste filme que acontece quando decidimos dar passos em frente.
Sobre artes, ficaria dias escrevendo, mas como cada ser é impossível de se definir, as artes também o são,
nossa subjetividade não nos permite felicidade em caixinhas, nos revelam que não somos produção de modelo único, produzidos em massa, e que, entendido isto, e isto posto, busquemos nos permitir,
mesmo que nadando contra a maré.
Sermos a gente mesmo é uma arte insubstituível e necessária!
Por Adalmir Oliveira Campos
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