Por trás de um transtorno de ansiedade e ou depressão, um e ou outro, ou ambos,
há uma pessoa que, como um copo vazio, foi-se enchendo de dores causadas por feridas não curadas, traumas, dentre outros,
que em dado momento, não souberam e ou não foram ensinados a curar, superar, ressignificar, pobres em recursos internos e externos.
Um vir a ser castrado, impedido de emergir das próprias profundezas,
como que uma semente abortada ou impedida de vir a ser e dar os frutos a que veio,
frutos que permitam-lhe identificar-se com a própria natureza e essência, um "forçar" a dar frutos, para os quais, não encontra registros em seu âmago.
Uma desconstrução desconfigurante, deseducadora, desestimulante, anti anímica, num vir a ser, estar e se encaixar num mundo ainda repleto de hipocrisia, de ilusões, de disputas de egos, instintos conservadores, reacionários, bárbaros,
como que, regra fosse, ser também assim,
num viver vegetativo, alienado, escravizado, massificante, onde somente o tempo de vida e energia contam,
a mover o mundo, os sonhos, os desejos dos senhores do mundo, ou destes que se entendem assim.
Nascemos para a vida, e sobrevida, é causa de todos os males da humanidade, consolidação do que se entende por falta de amor, este, principalmente, a que entendemos como incondicional.
O amor no mundo, ainda é tão comercializável no toma lá da cá, no cada um por si e Deus por todos,
e o diabo, o demônio, estes, que muito insistem em dizer serem responsáveis pelas mazelas mundo afora,
fazem festa à partir da incorporação dos entendimentos destes, em foco no mais sombrio que habitam em cada ser que se põem a fazer infernos na vida daqueles que julgam fazer as coisas erradas e pecaminosas mundo afora,
como que, ser e estar e vir a ser, destoante, diferente, divergente, adverso, subjetivo, num nadar contra a maré, das mandas ensandecidas, fosse crime hediondo!
Um copo que foi-se enchendo, digamos assim,
sem um determinado equilíbrio de energia, que variam entre sutis e mais densas,
alguns chamam de negativas e positivas, e em desequilíbrio, tornam-se vulneráveis e em perigo de desgastes emocionais, conflitos internos e externos,
nas relações consigo, com os semelhantes, com o planeta, com o Todo, como que, se não coubessem ou fizessem parte deste mesmo Todo,
uma peça de quebra cabeças que não se encaixa, e infelizmente, somos, estes seres humanos e espirituais, ainda falhos, limitados, mestres em fazer com que, por vezes, nós mesmos, como nossos semelhantes, se sintam assim,
à margem de tudo, a desejar em sonhos, em prece, mergulhados em fé e esperança,
algo diferente, que equilibre, que harmonize, que cure, que transforme, que acolha, que valide, que respeite, que ame...
São convites para o momento presente, um convite nada discreto, muito menos amistoso, que causam no corpo impressões que se assemelham a cortes e ou queimaduras,
sem falar de cansaço, esgotamento, sentimentos de vazio, abertura a fugas, compulsões,
reações outras, criadas pela mente, pelas emoções, pela alma do ser, para não sucumbir e não desistir destes processos de vir a ser e estar no mundo.
"Um acreditar que céu e viver são possíveis!"
A cura, nem sempre vem rápida, como o imaginário coletivo julga procedente, e a medicação, é por certo tempo, essa parada obrigatória,
esta posição fetal, este olhar para dentro, uma espera que possibilite ver a luz ao fim do túnel.
Querer ajudar, pode ser, mesmo que bem intencionado, um dilema, ou até mesmo, um complicador da situação,
desde que, sem busca de conhecimento, de orientação e manejos adequados e postos por profissionais e entendidos no assunto em questão.
Não é falta de Deus ou de fé, não é fraqueza ou ausência de vontade, um querer, um esforço!
São ferimentos invisíveis, um corpo, uma mente, um espírito em modo constante de luta ou fuga, em situação de vulnerabilidade, inseguros,
Depressão, ansiedade, transtorno outros, síndromes, etc., são dificuldades encontradas em se permanecer saudável em um sistema/ Habitat e semelhantes adoecidos,
é um não conseguir se encaixar no que está morto, e persiste em estar morto,
são gritos por vida, por viver, por respirar, inspirar, sentir, ser e estar, e vir a ser e a estar como entenderam, num amor, que insistem (o mundo/e "semelhantes") colocar na cruz constantemente.
Doente mesmo, louco mesmo, é digladiarmos uns com os outros, com Deus, com a Mãe Terra,
querendo impor um sistema que escraviza, oprime, destrói e coloca a todos e a Tudo, o Todo, em situação de morte e risco de extinção/extermínio.
Sim, somos este copo, que também necessita amor, validação, acolhimento, gentileza, bons afetos, respeito, compaixão, perdão, etc..
Se o mal parece estar vencendo, é pelo motivo de estarmos nos enchendo e uns aos outros com o lado negativo, sem sabor, sem gozo, sem prazer, sem positividade,
e tudo o mais que nos impede céus, em nós, nos nossos semelhantes, no mundo, em Tudo, no Todo.
Por Adalmir Oliveira Campos
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